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28/06/2019 - 07h48min

Ciclismo e cicloturismo em debate em São Miguel do Oeste

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Audiência pública tratou de assuntos como o sistema cicloviário estadual e a segurança de quem pedala por ruas, estradas e avenidas. FOTO: Eliéser Don

Dezenas de apaixonados pelo ciclismo e entusiastas da modalidade do cicloturismo, além de deputados e outras autoridades participaram, na noite desta quinta-feira (27), de uma audiência pública para tratar de assuntos como o sistema cicloviário estadual e a segurança de quem pedala por ruas, estradas e avenidas. O evento, no auditório do campus do Instituto Federal de Santa Catarina de São Miguel do Oeste, foi promovido pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa e reuniu representantes de oito municípios do Extremo Oeste catarinense.

A audiência foi proposta pelo deputado Fabiano da Luz (PT) a partir de solicitações de grupos de ciclismo da região, onde a modalidade cresce dia a dia. “Temos hoje uma lei para regulamentar a questão da ciclovia, ciclofaixa, ciclorrota em Santa Catarina, a lei 17.681/2019. O que nós queremos é apresentar para estes ciclistas o que é a lei, o que ela diz, quais são seus direitos, seus deveres e o que ela regulamenta. Ao mesmo tempo, mostrar uma grande oportunidade que nós temos em torno do cicloturismo”, explicou o parlamentar.

Para Fabiano da Luz, o cicloturismo na região – que teve um início despretensioso – tem um futuro promissor. “Foi algo que começou como diversão, prazer, curiosidade, mas veio se tornando algo que a comunidade foi abraçando”, afirmou o deputado.

O 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Mauro de Nadal (MDB), levantou a hipótese de destinar recursos para desenvolver a modalidade na região. “Nós, parlamentares, podemos, por meio das emendas impositivas, ser parceiros de alguns municípios da nossa região para fazer com que lá haja tratamento diferenciado ao ciclista e à modalidade do ciclismo.”

Segurança é prioridade
Paralelo ao desenvolvimento econômico relacionado ao cicloturismo, o debate sobre a segurança de seus praticantes tomou espaço. “O que precisa agora é pegar esse filão de mercado, essa oportunidade que se criou e tentar buscar meios de regulamentar, organizar e proteger esses ciclistas, porque hoje eles andam sobre rodovias que não têm nenhuma qualificação para o ciclista, que têm um risco também”, ressaltou Fabiano da Luz.

A preocupação do parlamentar é compartilhada pelo coordenador do Grupo Biketunas, de Tunápolis, Vanduir Matias. “Esses ciclistas que têm vários eventos no Extremo Oeste, em especial de cicloturismo, pedem que a Assembleia Legislativa tenha uma atenção maior junto ao governo do Estado para sinalização de rodovias e melhores condições de trafegabilidade para os ciclistas, porque é um direito que prevê o Código de Trânsito Brasileiro”, disse Matias.

Ele defendeu a realização, pelo governo do Estado, de uma campanha de conscientização sobre direitos e deveres tanto de ciclistas quanto de motoristas. “Uma campanha educativa seria muito importante e a gente poderia deixar os ciclistas mais à vontade para usufruir dos espaços públicos”, avaliou o coordenador.

O tenente-coronel da Polícia Militar lexandre dos Santos Cabral, comandante interino da 9ª Região de Polícia Militar de Fronteira, representou o comandante-geral da PM, coronel Araújo Gomes, e comprometeu-se a auxiliar nesse tipo de campanha. De acordo com Cabral, as cartilhas de conscientização de trânsito normalmente já tratam de direitos e deveres de ciclistas. “Mas vamos ajudar dando mais destaque a este assunto nas próximas que elaborarmos”, disse.

O superintendente do Deinfra do Extremo Oeste, Janio Schreiner, representou o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) no evento. De acordo com Schreiner, a contribuição do Deinfra se dá por meio da sinalização adequada das rodovias estaduais que cortam a região. Segundo o superintendente, esse trabalho já é feito hoje com base em solicitações de grupos de ciclistas. “Essa sinalização vai fazer com que caminhoneiros, motoristas, pessoas que circulam pelas rodovias, prestem mais atenção para que a segurança do ciclista que passa por ali possa ser melhorada”, disse Schreiner.

Saúde e preservação
Os benefícios da prática do ciclismo foram destacados por diversos participantes que falaram na audiência pública. Um dos depoimentos que mais chamaram a atenção foi de Karine Berwanger, da Associação Itapiranguense de Ciclismo. “O ciclismo foi uma mudança em minha vida. Há um ano e meio, certamente eu não estaria aqui, porque eu tinha uma vida sedentária e hoje estou aqui graças ao ciclismo e com 24 kg a menos. Não tenho vergonha de falar isso porque me sinto orgulhosa e acredito que o ciclismo ajuda a mudar a vida de uma pessoa”, afirmou Karine.

Ela aproveitou para incentivar a prática esportiva e deu dicas para quem ainda não começou a pedalar por aí. “Comecem, tenham uma meta, um objetivo traçado de pelo menos uma vez por semana pedalar e vá aumentando gradativamente. Além de ir para os interiores conhecer lugares novos, faz muito bem para a saúde, diminui o estresse. O contato com a natureza é gratificante, realmente vale a pena”, concluiu.

Carta do Ciclismo
Ao final da audiência pública, foi aprovada por aclamação a “Carta do Ciclismo do Oeste Catarinense”. Entre os diversos pontos abordados, destaque para as questões relacionadas à segurança e às medidas necessárias para o fomento do cicloturismo como forma de desenvolvimento econômico. A carta também pede que obras e investimentos que surgirão com a implantação da lei 17.681/2019 contemplem o Oeste e Extremo Oeste.

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