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13/10/2009 - 21h05min

Chinelos de pneu fazem sucesso no Espaço Mercoarte

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\"A necessidade nunca fez bons negócios.\" A frase é do pensador e inventor norteamericano Benjamin Franklin que, por sorte, não inspirou o artesão Vilson Martins Dias, expositor no Espaço Mercoarte, da Efapi. Ele tem 37 anos e até os 28 trabalhou como agricultor. Nos pés, sempre os tradicionais chinelos de dedo, inadequados para a lida no campo por serem pouco resistentes e muito escorregadios. Pronto! Estava aí a necessidade, criar um calçado que não suasse os pés e ainda fosse seguro, só faltava a solução para o problema. “Um dia fui dar uma volta e fiquei indignado quando encontrei pneus no rio próximo da propriedade. Ao mesmo tempo fui provocado a dar algum tipo de aproveitamento para aqueles pneus. Fui para casa e tirei a lateral de cada um, feita de uma borracha mais maleável e bem parelha. Dei uma forma parecida com os chinelos que estava usando, furei a ponta e coloquei umas cordas como tira”, lembra o “inventor”. Ele morava na área rural do município de Riqueza, distante 100 quilômetros de Chapecó, e saiu para o campo com a sua criação nos pés. Logo um vizinho viu e pediu uma igual. Depois outro, mais outro, e no final da primeira semana Dias já tinha trocado oito chinelos com solado de pneu por meia bolsa de milho cada um (30 quilos do grão). Aí começava a negação da frase de Benjamin Franklin, já que a necessidade levou a bons negócios. Aos poucos o agricultor foi aprimorando sua produção. As tiras passaram a ser feitas com o “protetor de colarinho”, uma borracha que fica entre a câmara de ar e o pneu, e as unidades começaram a ter variedade de números, com a forma feita com faca, uma por uma, à mão. Vinte pares foram colocados à venda no mercadinho da comunidade e outros 80, levados para um mercado maior, no centro de Riqueza. “Em pouco tempo tudo foi vendido e o pessoal começou a pedir mais. Como lá era difícil de conseguir a borracha e o negócio estava prosperando, me mudei para Chapecó.” Hoje, Vilson e sua esposa, Andrea Dias, produzem 50 unidades por dia do chinelo. O dinheiro das vendas é a única renda do casal, que não tem do que reclamar. Eles trouxeram 280 pares para a Efapi e em quatro dias já venderam mais da metade do estoque. Dias calcula que desde o início de seu trabalho com chinelos já retirou 10 mil pneus da natureza. Já com a ajuda de uma máquina para o corte da sola, de cada unidade ele produz oito pares, em vários tamanhos. A única peça que não é artesanal é o pino de borracha injetada que prende as tiras à sola. Com essa inovação, cada chinelo chega a durar três anos. O maior orgulho do artesão, além de poder sustentar a família com a fabricação desses chinelos, é saber que contribui para a preservação do meio ambiente. Após retirar as partes que utiliza, ele encaminha a borracha restante para ser vendida a uma usina de asfalto e a fábrica de cimento. “Nada fica por aí, na natureza. As pessoas estão longe da consciência ecológica e jogam em qualquer lugar o que não presta mais para elas. Isso é um crime!” A preocupação ambiental também foi a motivação do agricultor Sadi Memlak, de 50 anos, para comprar um par dos chinelos de pneu. “É um chinelo ecológico e muito resistente. Vim de Planalto Alegre torcendo para encontrar desse chinelo aqui e já tratei de comprar.” Os chinelos artesanais de pneus, cujo preço varia de R$ 8,00 a R$ 10,00, já estão sendo vendidos em mais de 40 cidades do Grande Oeste catarinense. (Andréa Leonora/Divulgação Alesc)
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