CDL da Capital lança campanha contra conivência com a pirataria
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital lançou campanha educativa em rádios, jornais, internet e folders para conscientizar a população de Florianópolis sobre os riscos de consumir produtos piratas. “É conveniente deixar passar pequenos delitos, mas por trás da pirataria existe um crime maior, por isso a conscientização, descobrimos que o consumidor necessita de informação, de uma campanha que sensibilize para os malefícios da pirataria”, justificou Mauricio Rubineck, conselheiro da CDL de Florianópolis, durante entrevista à reportagem da Agência AL na tarde desta segunda-feira (2).
Para o presidente do Conselho Estadual de Combate à Pirataria (Cecop), Jair Schmitt, o consumo de produtos piratas é cultural. “São muitos anos de lei de Gerson, de comprar mais barato, mais rápido e mais fácil, mas nem tudo que é mais barato e fácil de comprar é o melhor”, avaliou Schmitt, que destacou a rejeição da comunidade às ações de repressão à pirataria. “Verificamos que a população não ficou do nosso lado, argumentavam que havia crimes mais sérios para serem combatidos”, relatou Schmitt.
O presidente do Cecop destacou a importância de ponderar o consumo de acordo com a renda. “Não precisa ter um óculos de R$ 4 mil, tem de R$ 450 com a mesma qualidade se não pode pagar”, afirmou Schmitt. “Quer ostentar uma marca que não tem condições de comprar”, concordou Rubineck, que ressaltou o outro lado do incentivo ao consumo. “À vezes (a criança que não pode comprar) sofre bullying na escola, diferente de quem tem condições”, reconheceu o membro da CDL.
Óculos e brinquedos
Rubineck, que é técnico em ótica, citou o caso dos óculos falsificados para mostrar os perigos que rondam o consumo de produtos falsos. “As lentes são de baixa qualidade, não têm proteção ultravioleta. O sujeito sai no sol, a pupila abre e começa a esquentar a retina porque há mais incidência de ultravioleta”, descreveu Rubineck, que creditou ao uso de lentes inadequadas à incidência de cataratas em homens e mulheres com 50 anos. “Poderiam postergar essa cirurgia para os 70 anos”, calculou.
Já o presidente do Cecop alertou para os perigos escondidos nos brinquedos falsificados. “Por pressão dos filhos o pai acaba indo nos locais que vendem produtos piratas, mas esses brinquedos podem provocar dano à saúde. Na China utilizam lixo hospitalar para produzir brinquedos e a tinta utilizada tem excesso de mercúrio”, avisou Jair Schmitt.
Agência AL