Catástrofe que atingiu Santa Catarina ganha destaque em Plenário

A catástrofe que atingiu Santa Catarina em 23 de novembro de 2008, deixando o estado, em especial a região do Vale de Itajaí, em alerta, motivou alguns parlamentares a aproveitaram a sessão ordinária desta tarde para manifestar diferentes opiniões, entre elas, questionamentos, reconhecimento de solidariedade e preocupações. Entre as cobranças, a deputada Ana Paula Lima (PT), que trouxe o assunto a Plenário para marcar a passagem de um ano da tragédia, ressaltou que ainda existem famílias no município de Blumenau morando em abrigos que, segundo a parlamentar, deveriam ser provisórios. Para Ana Paula, essa é uma situação inaceitável, uma vez que recursos do governo federal foram encaminhados a Santa Catarina, milhões foram depositados na conta da Defesa Civil, verbas foram repassadas para prefeitura para assegurar a aquisição de moradias para os que perderam tudo. Porém, afirmou, o governo do Estado não cumpriu com a sua obrigação de construir as casas necessárias para o povo catarinense. “Como parlamentares temos que denunciar o que está acontecendo, já que a falta de competência do Poder Executivo repassou a responsabilidade da reconstrução das casas destruídas pela enxurrada para o Programa Minha Casa Minha Vida, do governo Lula”, frisou. Ana Paula lembrou que há um ano o Parlamento catarinense, através do Fórum Permanente de Solidariedade às Cidades Atingidas pelas Chuvas e Deslizamentos, está acompanhando as famílias atingidas. “Situações como os abrigos ainda existentes em Blumenau, onde famílias estão vivendo em situação precária e sofrendo com a falta de atendimento às necessidades básicas”, argumentou. Com a mesma preocupação, o deputado Pedro Uczai (PT) mencionou que os recursos destinados a Santa Catarina são reais, mas falta vontade política para resolver o problema. “O presidente Lula fez sua parte. Agora falta o governo estadual cumprir com a sua”, comentou. Solidário às vítimas da tragédia, o deputado Padre Pedro Baldissera (PT) disse que, recentemente, esteve na região e que os questionamentos da população são frequentes. “A população quer saber onde está o dinheiro depositado nas contas abertas. Temos um país solidário, em especial um estado solidário, mas isso não foi o suficiente para suprir o problema. O que a sociedade quer e precisa é de uma prestação de contas que mostre onde o dinheiro foi investido, pois foram muitas as pessoas que participaram da campanha de arrecadação.” Independente se os recursos vieram do governo federal ou estadual, o deputado Sargento Amauri Soares (PDT) fez questão de ressaltar que esteve nas regiões atingidas pela enchente com o propósito de angariar ajuda não apenas para reposição de bens materiais perdidos, mas para recuperar a dignidade das famílias atingidas. Diante dos posicionamentos, o deputado Silvio Dreveck (PP) disse que é visível que pouca coisa foi feita em prol das vítimas e que há um jogo de transferência de responsabilidades entre o governo federal e o governo estadual. “Infelizmente, esse troca-troca acaba prejudicando muito além dos atingidos, mas todo o estado que acumula uma série de prejuízos, como na economia. O Porto de Itajaí, por exemplo, até os dias atuais sofre prejuízos com a demora para sua reconstrução”, lamentou. Para o deputado Jean Kuhlmann (DEM), esse é um momento de reflexão, onde a tragédia que resultou numa série de problemas e tristezas a muitas famílias precisa servir de alerta. “A prefeitura de Blumenau vem cumprindo com seu papel”, encerrou. (Tatiani Magalhães/Divulgação Alesc)