Capital sediará Congresso Brasileiro de Reumatologia em setembro
Promovido anualmente, o Congresso Brasileiro de Reumatologia será realizado pela primeira vez em Florianópolis, de 13 a 16 de setembro, no CentroSul. Com uma ampla programação, o evento contará com a participação de profissionais renomados de diferentes países, e terá como tema principal a reumatologia e a sua interação com a medicina interna. Considerado o maior evento da Sociedade Brasileira de Reumatologia, o encontro reúne a cada edição aproximadamente 2,5 mil profissionais da área.
Com o objetivo de atualizar os profissionais da reumatologia, por meio da divulgação de novos estudos científicos, o congresso promove também a troca de ideias e experiências. Segundo o presidente do Congresso, médico reumatologista Ivanio Alves Pereira, o conhecimento adquirido ao longo do evento é repassado ao paciente através do tratamento.
Segundo Ivanio, por se tratar de uma especialidade que trata das doenças autoimunes, a reumatologia está constantemente em atualização amparada por pesquisas, cada vez mais recentes. O médico explica que, por serem patologias muito frequentes, as doenças reumáticas recebem muito incentivo para pesquisa. “Inúmeros estudos, em diferentes áreas relacionadas às doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico, a artrite reumatóide, a osteoporose, entre outras, estão sendo realizados no mundo todo. Cada vez mais cresce o número de estudos e pesquisas.”
Oportunidade
Nesta edição, o congresso traz gratuitamente o Curso de Educação em Saúde para Pessoas com Doenças Reumáticas. Inserido na programação do evento, o curso será ministrado no primeiro dia de atividades do congresso. A oportunidade é uma iniciativa do Centro Catarinense de Imunoterapia (CCI). Com a disponibilidade de 500 vagas, a atividade será direcionada a pacientes, familiares e cuidadores de pessoas com doenças reumatológicas. As inscrições já estão abertas e os interessados devem se cadastrar através do e-mail curso.paciente@sbr2017.com.br ou pelo telefone (48)3322-1021.
Uma das coordenadoras do curso, a médica reumatologista Giovana Gomes Ribeiro destaca que a atividade terá uma temática dinâmica, com uso de módulos. “O curso vai abordar aspectos físicos e emocionais, como o impacto na sexualidade dos pacientes. Outro ponto será a preparação do paciente para sua primeira consulta, com foco nos principias questionamentos e dúvidas de um paciente.”
Doenças reumáticas
A médica explica que doenças reumáticas são consideradas um grupo de aproximadamente 100 doenças do sistema imunológico de defesa, que podem ocorrer em qualquer sexo ou faixa etária, umas mais típicas de crianças, como a febre reumática, doenças de jovens, como o Lúpus, e doenças que acometem mais na terceira idade, como a osteoporose.
Com grande abrangência e prevalência na população, Giovana ressalta que as doenças reumáticas atingem 1% de toda população mundial. “Ainda não existe a cura das doenças reumáticas, mas temos avançado muito nos medicamentos e tratamentos destinados a essas doenças", Segundo ela, o setor da reumatologia foi o que mais avançou nos últimos 20 anos, com uma grande oferta de tratamento e terapia imunológica, que interfere em várias etapas do sistema imunológico e que estão revolucionando o tratamento das doenças reumáticas.
Por serem doenças que acometem o sistema musculoesquelético, o reumatologista Ivanio explica que uma das maneiras para identificar a patologia são as dores articulares, não associadas a lesão ou trauma. De acordo com o especialista, o aumento de volume das articulações e dores contínuas, especialmente acompanhadas de uma rigidez articular matinal prolongada, pode ser sintoma de uma doença reumática. “As doenças reumáticas são inúmeras, são diferentes e frequentes.”
A importância do tratamento
Ao falar sobre a importância das pesquisas na aplicação do tratamento de ponta, Ivânio destaca a relevância do diagnóstico precoce. Segundo ele, o diagnóstico ainda é o tratamento mais importante. “Identificar precocemente uma doença autoimune é fundamental para o tratamento. Por exemplo, a artrite reumatóide causa deformidades irreversíveis, caso não seja diagnosticada em fase inicial. Porém, se o paciente tiver a oportunidade de diagnosticar antes, ele consegue interferir ou até mesmo evitar a deformidade.”
Paciente com artrite reumatóide (AR), desde os 5 anos de vida, Dora Toledo, de 65 anos, afirma que a melhor maneira de lidar com a doença foi aceitar a convivência com ela. Após ficar anos sem andar, com muita dores e inchaços nas articulações, especialmente nos joelhos e pés, a oportunidade de desfrutar de um tratamento com remédios e a fisioterapia têm contribuído positivamente para o combate às dores e melhor qualidade de vida.
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