Caos rodoviário causado pelas intempéries continua repercutindo na Assembleia
O caos rodoviário causado pelas chuvas torrenciais de junho que ainda vitima o Oeste catarinense repercutiu novamente na Assembleia na sessão desta terça-feira (5), a primeira depois de duas semanas de recesso. Dirceu Dresch (PT) lembrou que a ponte sobre o rio Uruguai, em Iraí (RS), não comporta a passagem de grandes caminhões, que estão utilizando duas balsas em Itapiranga para atravessar o rio. “Esperam de sete a dez horas para passar, são só duas balsas e não estão dando conta”, explicou.
Segundo o representante de Saudades, os prefeitos da região estão preocupados, uma vez que filas estão se formando na área urbana de Itapiranga e o tráfego pesado dos bi-trens agora corta zonas urbanas, como em Descanso. “O DNIT previu instalar outra balsa em 30 dias”, garantiu o deputado, que lamentou a demora.
Daniel Tozzo (PSD) informou que os transportadores estão arcando com sérios prejuízos. “Eles recebem o mesmo valor de frete para fazer um percurso maior”, declarou Tozzo, dado que os caminhões precisam se deslocar de São Miguel do Oeste até Chapecó para entrar no Rio Grande do Sul por Goio-ên.
Já o deputado Neodi Saretta (PT) cobrou agilidade na revitalização da SC-283, que liga Seara a Chapecó, além da retomada das obras da SC-355, trecho Jaborá a Vila Cachimbo, na BR-153. “Têm manifestações nas redes sociais, a recuperação que começou em 2013 e foi paralisada deixou a estrada mais perigosa”, lamentou Saretta.
Segurança pública
Sargento Amauri Soares (PSOL) chamou a atenção para o fato de que o comandante da PM suspendeu licenças e férias dos policiais militares. “Fez isso para a sociedade perceber alguma coisa parecida com aquilo que vê na televisão, é preciso que as pessoas saibam que o que se mostra hoje faltará ano que vem, as licenças canceladas agora acumularão para os próximos anos”, alertou Soares, garantindo que a falta de efetivo “demora anos para reverter”.
Já o deputado Maurício Eskudlark (PSD), ao contrário, elogiou a ação da PM. “Temos visto uma mudança no policiamento, vi uma dupla de policiais à noite na Praia Comprida, em São José”, justificou Eskudlark, creditando a mudança de postura da Polícia Militar ao estilo do novo comandante, coronel Cabral.
Lei 14.361/08
Ana Paula Lima (PT) cobrou do governo do estado e da Secretaria de Saúde a regulamentação de lei aprovada ainda em 2008, a chamada Lei do Turismo Rural. “A lei nº 14.361/08 enquadra o turismo rural como atividade complementar à produção agropecuária e estende a esses agricultores um regime tributário diferenciado, que é concedido aos pequenos produtores”, explicou Ana Paula, acrescentando que a lei estipula que esses empreendedores rurais “não perderão o direito de seguridade, poderão emitir nota de produtos agrícolas para discriminar produtos turísticos, não precisarão constituir microempresa, além de recolherem ICMS entre 2% e 5%”.
Preço mínimo do arroz
José Milton Scheffer (PP) criticou a manutenção do preço mínimo do arroz, sem reajuste há cerca de dez anos. “Em função de uma crise, quando tiver que acontecer uma intervenção do governo federal, o agricultor pode ter um prejuízo muito grande, R$ 25 a saca não cobre o custo da lavoura”, relatou Scheffer, explicando que o governo federal, através do Ministério da Agricultura, estuda reajustar para R$ 27,50 o preço mínimo até o fim do ano, além de constituir um grupo de trabalho para calcular o custo real de produção. “São mais de 8 mil famílias envolvidas”, justificou o representante de Sombrio.
Da Venezuela para Içara
Manoel Mota (PMDB) destacou a assinatura da escritura do terreno onde a multinacional Cimolai erguerá uma fábrica em Içara. “Ela fabrica navios cruzeiros, tubulação para petróleo, pontes, vai ajudar o desenvolvimento do estado”, afirmou Mota, revelando que a empresa está se instalando em Santa Catarina porque está fechando sua planta na Venezuela. “Estão fechando a fábrica lá, vão atender o Mercosul através de Santa Catarina”, comemorou o representante de Araranguá.
Torcedores delinquentes
Sandro Silva (PPS) classificou de “delinquentes” os torcedores do Joinville que armaram uma tocaia para torcedores do Avaí. “Mais uma vez alguns mal intencionados continuaram a briga que parece que não tem fim, são marginais dentro das torcidas, tocando o terror”, criticou Sandro, que cobrou a aprovação de projeto de lei de sua autoria que regulariza o cadastro das torcidas organizadas, obrigando-as a enviar a relação dos filiados à Polícia Civil. “Para verificar os membros que têm passagens pela polícia, para que sejam extirpados dos estádios, são torcedores delinquentes”, disparou Sandro.
Kirana Atherino Lacerda
O deputado Joares Ponticelli (PP) lamentou a morte da ex-primeira dama do estado, dona Kirana Atherino Lacerda, viúva do governador Jorge Lacerda. “Foi uma primeira dama atuante, perdeu o marido, mas continuou se dedicando às causas sociais, das mulheres e crianças”, lembrou o presidente, que ponderou a idade avançada e o sofrimento que a doença vinha lhe impondo. “Nossa manifestação de dor e solidariedade à família”, declarou Ponticelli em nome do Parlamento.
A deputada Angela Albino (PCdoB) também lamentou o passamento e lembrou que se aproximou da família Lacerda em 2008, quando o neto de dona Kirana, Tico Lacerda, foi candidato a vice-prefeito de Florianópolis na chapa encabeçada pela deputada.
Agência AL