Campanha Setembro Amarelo recebe o apoio do MPSC
Em alusão ao movimento mundial “Setembro Amarelo”, comemorado anualmente em 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) declarou apoio à campanha que visa à prevenção e a importância de falar o tema. De iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), que há mais de 50 anos atua na prevenção do suicídio, no Brasil busca, a iniciativa visa alertar e informar a sociedade para as circunstâncias em que pessoas decidem tirar a própria vida.
Com um dado alarmante, o CVV revela que no Brasil cerca de 25 pessoas morrem por dia cometendo suicídio, e outras 50 tentam. De acordo com a entidade, 90% dos casos poderiam ser evitados. Diante desses dados, a coordenadora adjunta do Centro de Apoio Operacional do MPSC, Caroline Cabral Zontta, destacou que uma das ações do órgão foi promover um dia de palestra com especialistas da area da psiquiatria.
Dentre as atribuições do MPSC, Caroline aponta que assegurar a saúde pública ao cidadão garantindo sua integrabilidade, desde a prevenção até a cura. Neste entendimento de lutar pela prevenção para que o cidadão não venha só procurar a saúde pública quando já estiver adoentado, ela explica que o Ministério Público aderiu à campanha “Setembro Amarelo”, com a intenção de promover um compartilhamento de informações sobre as doenças da mente, além de quebrar preconceitos e o tabu que existe sobre o tema suicídio.
"Quando ocorre uma morte por suicídio, todos na comunidade se perguntam o que levou a pessoa a fazer isso. Falta trabalhar a prevenção, que nos permita perceber se entre nossos colegas e familiares se existe algum sintoma possa direcionar uma pessoa ao suicídio. Assim prevenimos tantas outras doenças que custam caro para os cofres públicos, a partir do Sistema Único de Saúde (SUS)", declarou.
Dados alarmantes
O palestrante, o presidente da Associação Catarinense de Psiquiatria, Eduardo Pimentel, ressaltou que o suicídio é um tema de extrema importância, que deve ser trabalhado. Pimentel comenta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o suicídio uma das 20 maiores causas de morte no mundo e um importante problema de saúde pública, mostrando que a cada ano cerca de 1 milhão de pessoas morrem por suicídio em todo o mundo.
No Brasil, conforme o psiquiatra, são 10 mil suicídios por ano, com os jovens entre 15 e 29 anos e idosos como os principais grupos de risco, sendo que os homens se suicidam três a quatro vezes mais do que as mulheres. O especialista aponta que um dos principais fatores que vem contribuindo para o aumento de suicídios é a falta de informação e o acesso. Segundo ele, o suicídio precisa estar mais presente nos debates, na vida do cidadão.
"Orientar e estimular que as pessoas com algum tipo de transtorno ou problema procurem ajuda é fundamental na prevenção, sendo que o índice de suicídio entre jovens e adolescentes aumentou expressivamente, se tornando a segunda causa principal de morte entre os jovens, atingindo aproximadamente uma média de seis pessoas diretamente com o sofrimento. Sem dúvida esse é uma questão que traz grande impacto na saúde pública", salienta.
Ao considerar que existe uma forte relação entre a presença de transtornos mentais e risco de suicídio, Pimentel relatou que estudos mostram que praticamente 100% dos suicidas têm uma doença psiquiátrica que não foi diagnosticada nem tratada, muitas vezes.
Sala de Imprensa