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18/01/2017 - 12h55min

Campanha incentiva vacinação contra HPV para meninos

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A população-alvo da campanha deste ano são meninos de 12 e 13 anos

Reduzir a incidência de câncer, principalmente de colo de útero, é o objetivo da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), dessa vez em meninos, na faixa etária de 12 a 13 anos, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos postos de vacinação de todo o país. Até o ano passado, esta imunização era feita apenas em meninas.

De acordo com Vanessa Vieira da Silva, gerente de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, aproximadamente 11 mil meninos serão vacinados em todo o ano de 2017. Além da prevenção de colo de útero nas meninas, a importância da vacinação nos meninos é a de evitar câncer de pênis, de garganta, de ânus e as verrugas genitais que podem ocorrer em ambos os sexos.

“Vacinando todo esse público, à medida que forem entrando na faixa etária de atividade sexual, eles estarão protegidos. Assim, vamos conseguir reduzir a transmissão e a circulação dos quatro subtipos que a vacina protege”, explicou Vanessa.

Desses, dois subtipos são os que mais causam verrugas genitais que favorecem a transmissão dos vírus. Os outros dois subtipos são os que mais provocam câncer. Segundo a gerente de imunização, eles são responsáveis por 80% do número de casos de câncer de colo de útero, doença que mais tem matado mulheres nos últimos anos.

HPV para meninos
O esquema vacinal para os meninos contra HPV é de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.

Atualmente, a vacina HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis países (Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá). Portanto, o Brasil assegura a sétima posição e a vanguarda na América Latina. A vacina é totalmente segura e aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A decisão de ampliar a vacinação para o sexo masculino está de acordo com as recomendações das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia, Obstetrícia e Ginecologia, além de DST/AIDS e do mais importante órgão consultivo de imunização dos Estados Unidos (Advisory Committee on Imunization Practices).

A vacina disponibilizada para os meninos é a quadrivalente, que já é oferecida desde 2014 pelo SUS para as meninas. Confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o sexto tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.

Confira como será a oferta de vacinas para meninos por ano:
Ano | População-alvo
2017 | Meninos de 12 e 13 anos
2018 | Meninos de 11 e 12 anos
2019 | Meninos de 10 e 11 anos
2020 | Meninos de 9 e 10 anos

HPV para meninas
Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus.

O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto.

Estimativas da OMS indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do vírus, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. Em relação ao câncer do colo do útero, estudos apontam que 265 mil mulheres morrem devido à doença em todo o mundo, anualmente. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima 16 mil novos casos.

Para a produção da vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde promoveu Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Butantan. A transferência está sendo feita de forma gradual e tem reduzido o preço ano a ano. Até 2018, a produção da vacina HPV deverá ser 100% nacional

(Com informações de Amanda Mendes, da Agência Saúde)

Michelle Dias
Agência AL

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