Caminhoneiros protestam em cinco trechos de estradas em SC
Bloqueios ocorreram principalmente no Oeste do estado; houve tensão entre manifestantes
A manifestação dos caminhoneiros em Santa Catarina iniciada na sexta-feira (27 de julho) tem continuidade nesta terça (31). De acordo com informe divulgado nesta manhã pela Central de Informações Operacionais (CIOP) do Departamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), cinco trechos de rodovias federais têm pistas parcialmente interditadas com a paralisação de veículos de carga por período indeterminado.
A BR-282 tem bloqueios parciais em Maravilha (km 605), Catanduvas (km 406,5) e São Miguel do Oeste (km 645). Em Cunha Porã, os manifestantes interditam parte da BR-158, na altura do km 110. Em Dionísio Cerqueira, a paralisação ocorre no km 121 da BR-163. Os protestos, que integram o movimento nacional da categoria, provocam formação de filas e lentidão no trânsito.
Conforme liminar da Justiça Federal divulgada no sábado (28), os caminhoneiros estão proibidos de bloquear as rodovias federais em Santa Catarina. A multa estipulada em caso de descumprimento da decisão é de R$ 100 mil. A justificativa é que as manifestações coordenadas pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) impedem o trânsito livre e seguro nas BRs, interferindo no direito de ir e vir do cidadão.
Segundo a PRF, nos locais de paralisação, o trânsito está liberado para veículos de passeio, ônibus, cargas perecíveis e ambulâncias. “A Polícia vai fazer cumprir a medida judicial. Aqui em Santa Catarina tem sido um movimento bastante organizado e pacífico. A Polícia Rodoviária Federal tem buscado uma conversa amistosa com o movimento para liberar os caminhões que não querem participar”, disse o assessor de Comunicação Social da PRF, Fábio Santos.
Movimento nacional
A paralisação nacional é organizada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC). Envolve motoristas, empresas e cooperativas de transporte de carga. As principais reivindicações dos manifestantes são a revogação, o cancelamento e a revisão de normas estabelecidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), especialmente as que tratam do valor do frete e do cartão frete. A ANTT informa que mantém negociações com representantes dos caminhoneiros.
A categoria também solicita a revisão da Lei 12.619/2012, que regulamenta a profissão dos motoristas de transporte rodoviário interestadual, em vigor desde sexta-feira (27). A MUBC alega que a lei “impõe carga horária incompatível com a atividade e o valor do frete e define horários e quilometragens máximos, sem disponibilizar áreas de descanso nas rodovias”.
Outra justificativa para o protesto é a falta de pontos seguros para descanso nas estradas. Segundo Santos, a Polícia Rodoviária Federal deve publicar nos próximos dias um mapeamento dos pontos de descanso existentes no estado. “Vamos inclusive especificar que tipo de veículo é próprio para cada ponto de parada e a infraestrutura dos locais, como banheiros, lanchonete”, afirmou.
Tabela | 1 |
200 | 4000 |
400 | 8000 |