Caminhoneiros param agronegócio e poderes devem se mobilizar
Os efeitos da greve dos caminhoneiros no agronegócio, que levou a gigante Aurora a parar suas atividades, repercutiram na sessão desta quarta-feira (23), culminando com a sugestão de parlamentares para que os poderes Executivo e Legislativo negociem com os transportadores.
“Nosso estado tem poucas rodovias, pára facilmente, e o agronegócio, que é a grande força, já vive preocupação enorme, com frigoríficos fechando, faltando alimentação para os animais e isso tem de ser separado. Sugeri que a secretaria da Agricultura abra conversa com os grevistas para que os alimentos para os animais possam transitar”, informou Milton Hobus (PSD).
“Temos a reponsabilidade de iniciar uma discussão, sob pena de ficar à margem dos acontecimentos e sermos acusados de nada fazermos, afinal qual rumo esta Casa e o governo do estado vão tomar?”, questionou Natalino Lázare, presidente da Comissão de Agricultura.
“As bancadas estaduais de outros estados estão se juntando às bancadas federais nos sentido de constituir uma ação no Brasil inteiro”, revelou Luciane Carminatti (PT), que ponderou a criação de um grupo de trabalho.
“A situação é muito grave, temos frigoríficos parando, frangos e suínos podendo morrer por falta de alimentos, as granjas não têm mais ração, o problema é mais grave do que alguns técnicos do governo federal imaginam”, garantiu Mauricio Eskudlark (PR), que alertou para a falta de combustíveis e de insumos para os hospitais.
“Nós avisamos que o Brasil depois do golpe seria diferente, de perdas para os trabalhadores, agora todos sofremos as consequências. Hoje fui abastecer o carro e tinha fila, porque o que está correndo é que vai faltar combustível”, lamentou Ana Paula Lima (PT), que criticou a política de preços de combustíveis adotada pelo governo Michel Temer.
Serafim Venzon (PSDB) e Cesar Valduga (PCdoB) creditaram o avanço dos preços dos combustíveis à metodologia adotada pela Petrobrás, que agora vincula os aumentos à flutuação do preço do petróleo no mercado global.
“O petróleo estava U$ 50, agora está perto de U$ 80, automaticamente a Petrobrás aumenta o preço do combustível. A montagem do preço depende também do valor do dólar”, observou Venzon, acrescentando que o Brasil depende do transporte rodoviário.
“Em 2015 os caminhoneiros foram às ruas para pedir o impeachment, agora voltam às ruas para pedir redução de impostos sobre o diesel, mas os responsáveis são os aumentos dos impostos e a metodologia de aumento da Petrobrás”, afirmou o representante de Chapecó.
Jean Kuhlmann (PSD) e Kennedy Nunes (PSD) destacaram maneira pacífica com que os motoristas de caminhões estão encaminhando a greve.
“Estão se comportando de forma exemplar, caminhões parando, queimando pneus como forma de sinalização, os próprios caminhoneiros ajudando os carros pequenos a trafegarem, é uma causa justa”, garantiu Kuhlmann.
“Sinal de civilização, mostra que não é algo revoltoso e sim uma reivindicação justa”, avaliou Kennedy Nunes.
Privatização enterrada
Cesar Valduga e Dirceu Dresch (PT) comemoraram a derrocada da medida provisória que criava as condições para a privatização do setor elétrico brasileiro.
“Uma luz em meio a tantos retrocessos, depois de muita luta e articulação a MP 814/2017, que previa alteração no sistema elétrico brasileiro, foi enterrada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), após reunião com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB/CE), uma grande conquista. Nos EUA, 27% do setor energético está com as forças armadas e o restante com o governo federal”, comparou Valduga.
“Era a estratégia do capital, principalmente chinês, de assumir o setor elétrico do Brasil, foi uma grande vitória do dos congressistas e do povo brasileiro”, analisou Dresch.
Crise da carne
Dirceu Dresch criticou a inação do governo federal na solução para o embargo da União Europeia à carne de frango produzida pelas unidades da BRF de Capinzal, Chapecó e Concórdia.
“Foi um debate muito representativo, vamos dar continuidade à cobrança do governo federal, temos um governo que não tem crédito lá fora para reabrir diálogo e o consumo interno não dá conta de absorver a produção. Então vamos a Brasília cobrar do governo para amenizar o impacto violento na região, com férias coletivas para os trabalhadores”, relatou Dresch.
Abuso de crianças
Doutor Vicente Caropreso (PSDB) lembrou a passagem, em 18 de maio, do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
“A falta de números mascara a realidade, segundo o Disque 100, mais de 17,5 mil crianças e adolescentes podem ter sido vítimas em 2015, quase 50 por dia. As meninas são as maiores vítimas, 54%, sendo que entre 4 e 11 anos totalizam 40%”, revelou Caropreso.
O deputado denunciou que nas rodovias que cortam Santa Catarina há pelo menos 122 pontos em que os menores estão vulneráveis à abordagens sexuais.
“O estado ocupa a oitava posição”, lamentou o representante de Jaraguá do Sul, que indicou o recurso à campanhas educativas e mais dinheiro para os conselhos tutelares para minimizar a situação.
Ada de Luca (MDB) concordou com o colega.
“No Norte e Nordeste é uma vergonha, chega a ter até turismo”, pontuou a deputada.
Pauta do magistério
Luciane Carminatti (PT) anunciou na tribuna a pauta do magistério catarinense em 2018, que reivindica aumento de 6,8% relativos à implantação do piso na carreira e o cumprimento da lei que abonou as faltas.
“Em abril de 2012 teve uma assembleia que deliberou por greve para fazer o governo cumprir a lei do piso”, contou Carminatti, acrescentando que as faltas relativas àquela greve constam da ficha funcional com falta injustificada.
“Aprovamos o abono, o governo vetou, derrubamos o veto e agora o governo ameaça entrar com Adin porque alega que há impacto financeiro, mas esse recurso que o governo alega que tem de desembolsar se abonar as faltas já é um dinheiro que pertence aos professores. Se retirou a progressão porque mantém a falta justificada, o governo está retirando recursos dos profissionais”, argumentou a deputada.
Esperando o governo
O líder do PSD, Milton Hobus fez um apelo ao governo para que envie outra medida provisória ou um projeto de lei reduzindo de 17% para 12% o ICMS para a indústria.
“Faço um apelo, o líder do governo não está aqui, mas estamos esperando que o governo mande uma MP ou PL para efetivamente baixar o ICMS. Nós queremos que baixe o ICMS de 17% para 12% para as indústrias que vendem dentro de Santa Catarina”, informou o representante de Rio do Sul.
Novo Cepon
Dirce Heiderscheidt (MDB) destacou a inauguração do novo centro cirúrgico do Cepon, o centro oncológico dos catarinenses, localizado no Itacorubi, na capital.
“São quatro salas de cirurgias, 10 leitos de UTI, cinco leitos para pós-anestesia, 18 leitos para pós-operatório e uma central de material esterilizado. Isso vai dar comodidade ao pacientes”, avaliou Dirce, que elogiou o governador Pinho Moreira. “Tem repassado no mínimo14% para a saúde”.
Assuntos positivos
Carminatti divulgou prêmio recebido pelo município de Formosa do Sul e o lançamento do programa Farmácia Viva em Guarujá do Sul, no Oeste barriga-verde.
“Formosa do Sul tem cerca de 2,6 mil habitantes e recebeu o premio catarinense de boas práticas de gestão cultural, durante o 8º Fórum de Gestores de Cultura. As ações são de caráter continuado, valorizando o patrimônio cultural local e regional”, revelou Carminatti, revelando em seguida que o município aderiu ao Sistema Nacional de Cultura em 2011 e investe mais de 2% do orçamento em cultura.
“Em Guarujá do Sul foi lançado um programa pioneiro, Farmácia Viva, colocando a saúde e não a doença no centro da gestão. Estão promovendo a melhoria na qualidade de vida a longo prazo, com oficinas, palestras e debate sobre o uso excessivo de medicamento sintéticos e ofertas de terapias como Reiki”, descreveu Carminatti, que ainda ressaltou a proibição de consumo nas escolas de salsichas, sucos artificiais, refrigerantes e margarina.
Aniversário do presidente
Nesta quarta-feira o deputado Aldo Schneider (MDB), presidente da Casa, completa 57 anos. A Agência AL parabeniza o parlamentar e deseja-lhe força e saúde.