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27/03/2014 - 17h09min

Caminhada pela conscientização do autismo acontece sábado na capital

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Imagem da caminhada realizada no ano passado, também em Florianópolis. FOTO: AMA Florianópolis

Chamar a atenção da sociedade sobre o que é o autismo e como diagnosticar e tratar pessoas que apresentam o transtorno é o objetivo da Quarta Caminhada de Conscientização do Autismo, que acontece no sábado (29), a partir das 9 horas, no trapiche da Avenida Beira Mar Norte, centro de Florianópolis.

De acordo com a diretora de Patrimônio da Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Florianópolis (AMA), Vera Lúcia Lopes, é muito importante conscientizar a sociedade de que o autismo existe e do quanto é fundamental procurar ajuda logo que perceber algum sintoma para que o transtorno não se torne algo desesperador. “Vamos ter nesta caminhada profissionais da área dando informações, acolhendo às famílias e encaminhando, os que precisam, para tratamento”.

A AMA oferece atendimento a pessoas de todas as idades e conta com uma equipe transdisciplinar. “Temos fonoaudiólogos, psicólogos, neuropedagoga e teraupeuta ocupacional que atendem, até por telefone, numa emergência. Alguns autistas apresentam convulsões e pessoas da família não sabem como proceder. Muitos ligam e são orientados por nossos profissionais”, explica Vera.

Em 2007, a Organização das Nações Unidas (ONU), instituiu 2 de abril como o Dia Internacional de Conscientização do Autismo. Em todo o mundo vários monumentos e prédios serão iluminados de azul para celebrar a passagem da data. Este ano, Florianópolis terá as pontes Hercílio Luz, Pedro Ivo Campos e Colombo Salles iluminadas. O azul foi a cor escolhida como oficial devido a maior incidência do transtorno acometer meninos.

O que é o autismo
O autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por algumas características fundamentais, como a inabilidade para interagir socialmente, a dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos, e apresentar padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

O grau de comprometimento é de intensidade variável: vai desde quadros mais leves, como a síndrome de Asperger (na qual não há comprometimento da fala e da inteligência), até formas graves em que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de comportamento agressivo e retardo mental.

Os estudos iniciais consideravam o transtorno resultado de dinâmica familiar problemática e de condições de ordem psicológica alteradas, hipótese que se mostrou improcedente. A tendência atual é admitir a existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos e biológicos.

Giselle Ariane de Oliveira é voluntária na AMA e procurou a associação quando seu filho, hoje com quatro anos, começou a apresentar sintomas do autismo. “Comecei a perceber quando ele tinha um ano. Ele não interagia, parecia não escutar, fazia movimentos repetitivos com os brinquedos. Mais tarde, começou a se autopunir. Se batia quando fazia alguma coisa errada”, relata.

Logo após procurar a AMA e receber o diagnóstico médico, Giselle começou o tratamento. Segundo ela, procurar o tratamento cedo fez toda a diferença. Seu filho tem autismo leve, mas já melhorou muito desde que começou o atendimento com equipe multidisciplinar. “Tem coisas que eu não imaginava que meu filho poderia fazer ou que eu tinha muito medo que ele fizesse, como subir numa árvore ou interagir com amiguinhos na escola, hoje ele faz com a maior naturalidade”.

Sintomas                                                                                     
O autismo acomete pessoas de todas as classes sociais e etnias, mas a incidência é maior entre os meninos. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. É mais comum os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De acordo com o quadro clínico, eles podem ser divididos em três grupos:

  • ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
  • o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
  • domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite aos portadores levar vida próxima do normal.

Na adolescência e vida adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que favoreceram sua adaptação e auto-suficiência.

Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico. Leva em conta o comprometimento e o histórico do paciente e norteia-se pelos critérios estabelecidos por DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).

Tratamento
Até o momento, autismo é um distúrbio crônico, mas pode ser tratado assim que for feito o diagnóstico. Os esquemas de tratamento podem ser aplicados por equipe multidisciplinar. Segundo especialistas, não existe tratamento padrão. Cada paciente exige acompanhamento individual, de acordo com suas necessidades e deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de medicamentos, especialmente quando existem co-morbidades associadas.

Recomendações
 

  • ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um fator de desequilíbrio para toda a família. Por isso, todos os envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados;
  • é fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;
  • Autistas têm dificuldade em lidar com mudanças, por menores que sejam, por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;
  • Apesar da tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o distúrbio provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais individualizado;
  • Autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do conhecimento com características de genialidade.


Fonte: http://drauziovarella.com.br/crianca-2/autismo/

Michelle Dias
Agência AL

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