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10/09/2016 - 14h15min

Cadeia produtiva da maçã apresenta demandas em evento do Senado

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Deputado Natalino Lázare, presidente da comissão da Alesc, discursa durante o evento em São Joaquim
FOTO: Solon Soares/Agência AL

Linhas de crédito para a cobertura dos pomares, necessidade de maior subvenção à produção, preocupação com a possível importação de maçã chinesa. Essas foram algumas das questões apresentadas por produtores de maçã e por entidades representativas do setor durante o 7º seminário do Ciclo de Debates e Palestras da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, realizado na tarde de sexta-feira (9), no Centro de Eventos de São Joaquim, na Serra catarinense. O evento contou com o apoio da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

As reivindicações foram apresentadas à presidente da comissão, senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), que presidiu o seminário. Ela destacou a necessidade da adoção de medidas, por parte do poder público, que protejam a cadeira produtiva da maçã em todo o Brasil. “Estamos falando de uma cultura que requer investimentos grandes e que precisa de todo o apoio. Vamos desenvolver ações políticas e técnicas em cima dessas demandas”, afirmou a senadora.

O presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Alesc, deputado Natalino Lázare (PR), participou do seminário e destacou a importância da maçã na geração de renda e emprego em Santa Catarina. O parlamentar demonstrou preocupação principalmente com a possibilidade de importação do produto chinês que, segundo ele, pode ser um “desastre” para o setor.

“A maçã catarinense é resultado de alto investimento. A maçã chinesa vai entrar bem mais barata no Brasil e, além dos problemas fitossanitários, pode colocar em risco uma parte importante da nossa economia”, alertou. Como comparação, enquanto o hectare para a produção de grãos requer um investimento médio de R$ 325, para a maçã, esse montante é de R$ 14 mil.

O deputado federal Valdir Colatto (PMDB) e o estadual Roberto Salum (PRB) também participaram do evento, além de prefeitos e vereadores de cidades produtoras.

Seguro ou cobertura?
A necessidade de seguro para as macieiras e a cobertura dos pomares estiveram entre os assuntos mais discutidos durante o seminário. Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), Associação dos Produtores de Maçã e Pêra de Santa Catarina (Amap) destacaram a necessidade de uma subvenção maior para a produção e a disponibilização de linhas de crédito para a cobertura das macieiras, visando à proteção contra intempéries, principalmente granizo.

O secretário-executivo da Amap, Luiz Renato Schizzi, lembrou que apenas 14% da área plantada é coberta. A colocação dessa proteção nos pomares custa entre R$ 45 mil a R$ 50 mil por hectare. “O produtor não tem condições de arcar com esse custo sozinho”, afirmou.

O representante da secretária de Estado da Agricultura e da Pesca, Athos Lopes Filho, afirmou que o Estado vai subsidiar o apoio à construção de coberturas. Ele citou uma linha de crédito do Banco do Brasil com juros de 2,5%, dos quais o governo estadual subsidiaria até 1,25%. “Não adianta subvenção se não pensarmos no futuro da produção. O seguro cobre apenas o custo de produção”, afirmou.

Sobre as subvenções, o representante do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Diego Almeida, afirmou que a fruticultura contou com R$ 80 milhões no orçamento da pasta para 2016, sendo que de 40% a 50% foram destinados para maçã. Ele reconheceu, no entanto, que houve uma redução na porcentagem da subvenção concedida por produtor (de 60% para 45%) em virtude do ajuste fiscal promovido pela União. “O produtor precisa apresentar sua pedido para o banco ou corretor de seguros o quanto antes e verificar se ele foi aceito, porque nem todos são atendidos”, comentou.

Além da concorrência com o preço da maçã chinesa, a possível entrada do produto oriental no mercado brasileiro causa preocupação pela questão fitossanitária. As frutas podem trazer pragas para as macieiras brasileiras, além de conterem defensivos que não são permitidos no país, como alertou o presidente da Amap, Sálvio Proença. Pesquisadores que participaram do encontro também fizeram essa advertência, com destaque para algumas doenças já presentes em solo brasileiro, como o cancro europeu.

Números
Conforme a ABPM, o Brasil conta com aproximadamente 4,3 mil produtores de maçã em 36,7 mil hectares. Só em São Joaquim, maior produtora da fruta no país, são 2,4 mil produtores. Anualmente, o Brasil produz 1,2 milhões de toneladas, o que lhe dá a 12ª posição no ranking posição. A maior parte da produção é para consumo interno, mas em torno de 5% são exportadas.

De acordo com o Governo de Santa Catarina, o estado encerrou a safra 2014/15 como o maior produtor nacional de maçã, responsável por 48% da produção brasileira. A colheita foi de 613,8 mil toneladas em 17,6 mil hectares na última safra. Das mais de 600 mil toneladas de maçãs produzidas, 53% são da variedade Gala, 43,6% são da variedade Fuji e os 3,3% restantes agrupam variedades precoces. A produção está concentrada em São Joaquim, Fraiburgo, Bom Retiro, Bom Jardim da Serra, Monte Carlo e Urubici.

Marcelo Espinoza
Agência AL

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