Bancada feminina debate Políticas Públicas para Mulheres em seminário
O Seminário de Políticas Públicas para Mulheres, de iniciativa da Bancada Feminina da Assembleia Legislativa, realizado ao longo desta quarta-feira (25), no auditório Deputada Antonieta de Barros, teve início esta manhã com a palestra “Violência Simbólica: lugares insuspeitos”. O evento coordenado pela deputada Luciane Carminatti (PT) reuniu as deputadas Ana Paula Lima (PT), Angela Albino (PCdoB) e Dirce Heiderscheidt (PMDB), entre outras mulheres catarinenses interessadas em debater os avanços e os desafios na construção de equidade de gênero.
Na condição de coordenadora da Bancada, Luciane iniciou as atividades enfatizando a importância de disseminar a informação sobre as políticas públicas e os programas implantados pela Secretaria Nacional de Políticas Públicas para Mulheres. “Nossa intenção, a partir do seminário, é contribuir para que os diversos programas e editais lançados pela secretaria cheguem ao conhecimento dos municípios”, frisou.
Já a deputada Ana Paula destacou que o Brasil nos últimos 10 anos tem feito seu dever de casa, em especial no que diz respeito às desigualdades sociais. “Mesmo diante dos avanços, ainda temos muitos desafios para vencer principalmente em Santa Catarina, onde o governo do estado tem se mostrado omisso em assumir e consolidar os direitos das mulheres”, mencionou. Na ocasião, a deputada Angela salientou que o processo de educação dos direitos humanos se dará a partir da consolidação dos das políticas públicas voltadas para as mulheres. “Os movimentos feministas já são considerados vitoriosos, porém ainda é baixo o índice de mulheres ocupando cargos de poder. Isso ainda reflete a diferença que precisa ser mudada”, observou.
Palestra
Ao ministrar a palestra “Violência Simbólica: lugares insuspeitos”, a pesquisadora e doutora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Noeli Gemelli Reali, explicou que o termo violência simbólica nada mais é do que a aceitação de regras. Segundo ela, o simples fato de aceitar tudo que se impõe para a mulher é naturalizar e fortalecer a violência. “Por conta da violência simbólica, as mulheres sofrem a violência física, pois os homens acreditam que as mulheres têm que seguir as regras”, destaca. Para a pesquisadora, a ordem social funciona como uma imensa maquina simbólica, que distribui restritamente as atividades distribuídas a cada sexo, impregnando o corpo e a alma das categorias sociais. “No que diz respeito à aceitação das regras, uma ‘limpeza’ precisa ser feita para acabar com a violência vista no cotidiano. Só assim conseguiremos reverter essa realidade”, mencionou.
Durante a tarde as atividades continuam com a apresentação dos programas do Governo Federal e como acessá-los. Sob a orientação da diretora do Programa “Mulher: Viver sem Violência”, secretária de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Rosangela Rigo. O encerramento está previsto para as 18 horas, com uma homenagem à ministra Eleonora Menicucci de Oliveira pelos 10 anos da SPM.
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