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08/08/2017 - 16h45min

Bancada feminina articula proteção para crianças que viram o pai matar a mãe

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Integrantes da bancada feminina na Assembleia Legislativa articularam com a Defensoria Pública e o Ministério Público medidas protetivas para duas crianças de Biguaçu que presenciaram o pai matar a mãe no último domingo. “Matou a esposa na frente das filhas de 16 anos e 3 anos, depois se apresentou à polícia e está solto, ameaçando as duas filhas, e ainda quer ficar com elas! Que pelo menos essas meninas tenham atendimento adequado”, cobrou Ana Paula Lima (PT) durante a sessão ordinária da tarde desta terça-feira (8) da Assembleia Legislativa.

Segundo Ana Paula, as meninas pediram proteção na delegacia local, mas lhes foi negada. “O delegado disse que não se fazia necessária a medida protetiva, que justiça é esta?”, questionou a parlamentar, que criticou os órgãos de segurança. “Estão deixando a desejar, as ações concretas não acontecem e no orçamento é uma dificuldade para colocar recursos para as casas-abrigo”, exemplificou Ana Paula.

Dirceu Dresch (PT) concordou com a colega. “É a semana do aniversário da lei Maria da Penha, nosso compromisso é continuar a caminhada para construir um estado em que reine o paz e o respeito de gênero, não concordamos com a violência, o machismo e o ódio maior ainda contra as mulheres”, discursou Dresch.

Maurício Eskudlark (PR) ponderou que esses crimes são difíceis de prever. “Segundo os vizinhos não tinha registro de agressão, amanheceram em uma confraternização na frente da casa em que residem, de madrugada um dos convidados disse que queria um café. Ela cruzou a rua, ele foi atrás, discutiu e desferiu as facadas”, descreveu Eskudlark.

Para o deputado, que já chefiou a Polícia Civil, o caso requer prisão preventiva. “Pode ser um pai amoroso, mas praticou um ato inadmissível, achou que a mulher era propriedade dele”, opinou Eskudlark. Dirce Heiderscheidt (PMDB), que presidia a sessão, também lamentou a violência contra a mulher. “Motivo de vergonha”, observou Dirce, referindo-se os municípios de Lages, Balneário Camboriú, Mafra e Chapecó, que lideram a violência contra a mulher em Santa Catarina.

Corte na compra de alimentos
Dirceu Dresch criticou os cortes no Programa de Aquisição de Alimentos do governo federal. “Um corte drástico de 50% nos recursos, atingindo centenas de agricultores que trocaram a produção de fumo por alimentos saudáveis, muitos deles migrando para a produção agroecológica. Isso nos entristece e nos revolta”, desabafou Dresch, que contrapôs os cortes no programa ao perdão das dívidas dos ruralistas.

Investida contra o setor energético
Cesar Valduga (PCdoB) denunciou uma investida contra o marco regulatório do setor energético. “A lei 13.360 abre campo para serem utilizadas as regras de mercado para o setor energético, o Ministério de Minas e Energia apresentou um novo modelo, com ruptura da função social da energia, deixando que o próprio mercado regule os preços e possibilitando a compra e revenda de energia”, explicou Valduga, que previu que as medidas deformarão o setor energético, transformando-o em objeto de especulação.

Saúde em coma
Neodi Saretta (PT) afirmou na tribuna que a saúde pública em Santa Catarina está em coma. “Os pacientes estão pedindo socorro, não há como sobreviverem neste coma em que a saúde se encontra, faltam insumos e bolsas de colostomia, os fornecedores não foram pagos e o material não está sendo entregue a 40% dos pacientes. A Secretaria de Saúde admitiu o problema, esperamos que o fornecimento seja regularizado”, declarou Saretta.

O deputado lamentou a falta de medicamentos e vacinas. “A pentavalente está em falta em várias cidades, mas os bebês devem tomar a vacina a partir dos seis meses”, argumentou Saretta, que citou circular da direção do Hospital Celso Ramos, na Capital, evidenciando a carência de antibióticos. “Como a falta de antimicrobianos tem ocorrido com frequência no almoxarifado, a circular determina que o serviço de farmácia faça um relatório semanal sobre o uso dos antibióticos”, denunciou Saretta, que sugeriu destinar pelo menos R$ 300 milhões do Fundam para minimizar a crise da saúde.

Centro de Segurança de Capoeiras
Mário Marcondes (PSDB) repercutiu a inauguração do complexo de Segurança Pública no bairro Capoeiras, na parte continental de Florianópolis, defronte a uma comunidade dominada pelo tráfico de drogas. “A inauguração significa muito para a segurança, uma estrutura para exercer bem suas funções. Sou um crítico, mas esta certamente é uma obra para melhorar a segurança pública”, garantiu Marcondes.

Escola em São Bento do Sul
Silvio Dreveck (PP), presidente da Casa, ocupou a tribuna no horário destinado aos partidos políticos para destacar a inauguração de uma escola profissionalizante em São Bento do Sul, município de origem do deputado. “Uma escola profissionalizante para aproximadamente mil alunos, resultado do esforço do governador, que se empenhou para que fosse realidade”, discursou Dreveck.

O deputado afirmou que o município se consolida como um polo educacional. “A Udesc está ampliando o campus, temos as instalações do Senai, o Instituto Federal de Educação com mil alunos em menos de um ano de atividade, 500 em ensino regular e 500 em cursos de menor duração. Há um ganho relevante para o Planalto Norte no que diz respeito ao conhecimento e oportunidades às pessoas”, afirmou o presidente.

Vítor Santos
Agência AL

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