Bancada do Oeste referenda atuação do Hospital de São Miguel do Oeste
A atuação do Instituto Santé na gestão do Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, de São Miguel do Oeste, pautou a reunião da Bancada do Oeste, realizada na manhã desta quarta-feira (7). A Organização Social (OS), que gerencia a unidade hospitalar há cinco anos, apresentou os resultados do trabalho realizado e pediu o apoio dos parlamentares na renovação do convênio com o Estado e para a recomposição do valor contratual.
O Hospital Regional de São Miguel do Oeste dispõe de 92 leitos e é referência para o atendimento de pacientes de 30 municípios, o que corresponde a 230 mil habitantes. No último ano, em função da pandemia, a unidade foi reestruturada e passou a disponibilizar 122 leitos. Aos dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) existentes foram acrescidos outros 25 para o atendimento de pacientes com Covid-19. Ainda assim, no pico da contaminação por coronavírus ocorrido na região no mês de março, o hospital chegou a ter 20 pacientes entubados na área do pronto atendimento, à espera de um leito de UTI, de acordo com o diretor geral, Rodrigo Lopes.
Questionado pelos deputados Fabiano da Luz (PT) e Marlene Fengler (PSD) sobre as principais dificuldades da instituição durante a pandemia, Lopes citou a falta de profissionais, a necessidade de reestruturação física para a ampliação de leitos, a falta de medicamentos e os preços abusivos desses insumos no mercado. Disse, ainda, que a pandemia evidenciou que o hospital é pequeno para o atendimento regional. “Se os hospitais menores da região não tivessem assumido os pacientes clínicos, menos graves, a nossa dificuldade seria ainda maior.”
Conforme Lopes, o enfrentamento da pandemia desestruturou o equilíbrio financeiro da unidade, principalmente em função do alto custo dos insumos e medicamentos. “Não tem como fazer gestão com R$ 1,5 milhão de prejuízo por mês, que é o que estamos gastando em medicamentos, então, a recomposição financeira em função da Covid é necessária”, disse Lopes. Ele afirmou que o Estado está buscando um meio legal de compensar os hospitais por esses custos e que os repasses financeiros estão em dia.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Mauro de Nadal (MDB), que propôs a participação dos representantes do hospital na reunião da Bancada do Oeste, destacou a importância da unidade hospitalar para o Extremo Oeste e propôs que o colegiado referende o trabalho realizado e interceda à Secretaria da Saúde pela renovação do contrato, recomposição financeira e ampliação da estrutura.
Oncologia
O deputado Mauricio Eskudlark (PL) enfatizou a atuação do hospital na área de oncologia, cuja implantação foi “uma luta dos parlamentares durante anos”. Implantado em 2018, o serviço de oncologia realizou 18 mil atendimentos de pacientes no período, 5,4 mil sessões de quimioterapia e 1.580 cirurgias oncológicas. “Quantas viagens as pessoas deixaram de fazer para Chapecó ou Florianópolis para buscar atendimento? Esses números são muito importantes.” O deputado acrescentou que a renovação do contrato de gestão com o Instituto Santé deve respeitar os critérios legais, mas é de interesse para a região.
Recursos da Alesc
A deputada Luciane Carminatti (PT) apontou a necessidade de questionar a Secretaria de Estado da Saúde sobre como foram investidos os R$ 20 milhões destinados pela Assembleia Legislativa para apoio aos hospitais do Oeste e, ainda, apoiou a defesa de maior suporte do governo do Estado ao Hospital Regional de São Miguel do Oeste.
O deputado Nilso Berlanda (PL) também reconheceu a necessidade de reajuste contratual. Ele disse ter certeza de que a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, terá sensibilidade para essa causa. O deputado Fabiano, como coordenador da Bancada do Oeste, solicitou que Berlanda intermedie uma audiência da bancada com a secretária para discussão do assunto.
Cigarrinha
A destruição de lavouras de milho no Oeste pela praga cigarrinha-do-milho, alvo de preocupação dos parlamentares da região, foi outro assunto abordado na reunião. O secretário de Estado da Agricultura, Altair Silva, informou aos deputados que a situação está em análise por um grupo técnico da secretaria, que se manifestará nos próximos dias.
Nilso Berlanda enfatizou que aguarda uma posição da Secretaria de Agricultura, bem como apoio para solucionar esse problema, que está dizimando a safra de milho no estado.
Agência AL