Audiência pública vai debater as demandas na assistência a ostomizados
Em consideração às 4 mil pessoas ostomizadas em Santa Catarina, a presidente da Associação Catarinense da Pessoa Ostomizada (ACO), Candinha Marchi, esteve na Assembleia Legislativa, na tarde desta sexta-feira (13), para falar sobre o tema. Dentre as inúmeras demandas na assistência às pessoas ostomizadas, Candinha elencou a fila de espera para realização da cirurgia de reversão, a falta de material de ostomia doado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a adaptação de banheiros públicos que possam atender as necessidades dos ostomizados.
Candinha informou que no dia 18 de maio, a partir das 9, a ACO com o apoio da Comissão de Saúde da Assembleia vai promover uma audiência pública para sensibilizar autoridades e gestores públicos, além da sociedade, da urgência em ações voltadas às pessoas ostomizadas. "Embora existam decretos, leis e portarias, os direitos não são reconhecidos. Além de sensibilizar, precisamos conscientizar a sociedade e as autoridades para que oportunidades sejam criadas e projetos sejam colocados em prática em prol do bem-estar dos ostomizados."
Na condição de pessoa ostomizada, Candinha afirmou que ser tratado com igualdade é um dos principais fatores para aumentar a autoestima e adquirir melhor qualidade de vida. Ela explica que metade dessas pessoas podem passar por uma cirurgia de reversão, mas infelizmente a lista de espera só cresce. “Cerca de 1,6 mil ostomizados poderiam fazer a reversão cirúrgica, mas a falta de iniciativa e urgência no que tange a causa faz com que estas pessoas permaneçam na fila de espera por dois ou três anos. Precisamos de acesso à cirurgia para acabar com a angústia dessas pessoas", salientou.
O que é a ostomia
De acordo com a definição da Associação Brasileira de Ostomizados (Abraso), é uma cirurgia para construir um novo trajeto para a saída das fezes ou da urina. Com a intervenção, é criado um ostoma (ou estoma) na parede abdominal, pelo qual as fezes e a urina são expelidas.
Direitos da pessoa ostomizada:
• receber orientação pré-operatória, a fim de garantir total conhecimento dos benefícios da operação e os fatos essenciais a respeito de viver com a ostomia;
• ter um ostoma bem feito, em local apropriado, que proporcione conforto ao ostomizado;
• receber apoio médico experiente e profissional, cuidados de enfermagem especializados no período pré-operatório e pós-operatório, tanto no hospital como em sua própria comunidade
• ter acesso a informações completas sobre o fornecimento de produtos adequados disponíveis em nosso estado;
• ter a oportunidade de escolher entre os diversos equipamentos disponíveis para ostomias sem constrangimento;
• ter acesso a dados sobre sua associação regional ou estadual e sobre os serviços de apoio que podem ser oferecidos;
• receber apoio e informações em benefício da família, dos cuidadores e dos amigos com o objetivo de aumentar o entendimento sobre as condições e adaptações necessárias para alcançar um padrão de vida satisfatório;
• assegurar que os dados pessoais a respeito da cirurgia da ostomia serão tratados com discrição e segurança.
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