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18/03/2009 - 15h23min

Audiência pública renova esperança entre os moradores do Complexo do Baú

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Audiência pública - Complexo do Morro do Baú
Após quatro meses de luta para apagar as marcas de destruição provocadas pelas enchentes que atingiram o município de Ilhota, no Vale do Itajaí, em novembro de 2008, a Assembleia Legislativa, por intermédio do Fórum Parlamentar Permanente de Solidariedade e Pela Reconstrução das Cidades Atingidas, realizou na noite de ontem (17) uma audiência pública na comunidade do Braço do Baú, região mais atingida. Cerca de 600 pessoas participaram do encontro, que durou aproximadamente três horas, entre eles parlamentares, vereadores e a comunidade, que espera ansiosa por providências de caráter emergencial. Diante de olhares apreensivos, a presidente do Fórum, deputada Ana Paula Lima (PT), conduziu o encontro atenta às reivindicações da população. “Estamos aqui para acelerar o processo de reconstrução do município a partir dos recursos disponíveis para isso. O Legislativo está cumprindo com o seu papel de fiscalizar as ações do Poder Executivo. Vamos buscar a liberação desses recursos destinados aos atingidos”, ressaltou. Ana Paula reconheceu que muito já foi feito, porém muita coisa ainda precisa ser recuperada, como estradas, pontes, creches, entre outros problemas coletivos. “Muitos aqui não perderam apenas bens materiais, mas seus familiares. O que vemos aqui hoje são pessoas sofridas que precisam urgentemente de apoio”, enfatizou. Na condição de presidente da Associação dos Desabrigados e Atingidos da Região dos Baús (Adarb), Tatiana Reichert declarou que graças à solidariedade muitas ações vêm sendo realizadas e, aos poucos, Ilhota está se recuperando, no entanto se torna difícil e demorada a reconstrução das comunidades, uma vez que a falta de recursos impede a realização de obras. “Um dos maiores problemas é a agricultura, que até agora não recebeu recurso nenhum para ser recuperada, sendo que o setor é o ponto chave da economia local”. Para Tatiana, falta assistência para atender as escolas, postos de saúde, além das necessidades básicas como energia elétrica, telefonia, entre outras necessidades para que um ser humano tenha uma vida digna. Em nome da comunidade, ela voltou a solicitar que o governo conceda o auxílio- reação aos agricultores, uma vez que o benefício só está sendo concedido às pessoas que perderam suas casas. “Muitos agricultores não perderam casas, mas sim a plantação”, lembrou. Representantes da região no parlamento catarinense, os deputados Adherbal Deba Cabral (PMDB) e Giancarlo Tomelin (PSDB) manifestaram apoio às comunidades e se comprometeram a cobrar dos governantes ações concretas. “Estamos unidos pela bandeira de Santa Catarina, independente de partido. Queremos a recuperação da cidade e pra isso estamos unidos”, afirmou Deba. Já Tomelin mencionou que sua ligação com a região é muito forte e familiar. “Sabemos que essa não é uma situação simples, mas vamos superar. Estamos unidos e junto com os governos federal, estadual e municipal vamos encontrar uma solução para a situação”. Na opinião dos deputados democratas Ismael dos Santos e Cesar Souza Júnior é preciso fazer com que as verbas anunciadas cheguem até os necessitados de forma urgente. “Essa é uma situação que passou e ainda passa por algumas fases como o susto, a solidariedade, ação política, o desatar de nós, a política financeira, enfim uma série de fatores que estão presentes na recuperação do Braço do Baú”, declarou Isnael. Cesar Júnior mencionou que, apesar da burocracia, o que precisamos no momento é de seriedade para que as ações possam acontecer. “O povo precisa voltar para suas casas e atividades, mas para isso é preciso recursos disponíveis”. Nova audiência Considerado um encontro positivo, onde a comunidade atingida pode se manifestar e reivindicar as ações emergenciais, o parlamento encerrou a audiência com a função de procurar os órgãos competentes para debater e fazer com que a comunidade possa receber ajuda e recursos necessários para recomeçar. O Fórum vai agendar uma audiência pública com o secretário de Agricultura, Antônio Ceron, para que disponibilize recursos do setor para os produtores locais.(Tatiani Magalhães/Divulgação Alesc)
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