Audiência pública discutiu condições sanitárias e ambientais da Lagoa do Peri
Moradores da Lagoa do Peri, dirigentes de órgãos públicos ligados ao meio ambiente e especialistas da UFSC discutiram, na noite desta quinta-feira (21), em audiência pública, a coloração avermelhada na unidade de conservação.
A proposição partiu do deputado Marquito (Psol), presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente, alertado por lideranças comunitárias e ambientalistas sobre as condições sanitárias e ambientais da Lagoa do Peri nos últimos meses. A maior lagoa de água doce da costa catarinense é responsável pelo abastecimento de água de uma população estimada em 100 mil pessoas no leste e sul da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis.
Carolina Ferreira Peccini, da Associação de Moradores da Lagoa do Peri, relatou que a preocupação teve início em março. “Com as altas temperaturas do verão, começamos a sentir mudança na coloração da água. O tom avermelhado permanece até hoje.”
Para o bioquímico Rafael Prim, do setor de Operação da Casan, não há prejuízo da qualidade da água. “Quando soubemos do problema em março e abril, realizamos várias análises em maio e junho e constatamos que a água é segura para o consumo da população.”
Alerta para o futuro
Ao concordar com o técnico da Casan, o professor do Programa de Sustentabilidade da UFSC, Paulo Horta, enfatizou que as variações de coloração apresentadas na unidade de conservação servem como um alerta. “Além das mudanças climáticas, há mudanças no entorno da Lagoa do Peri e na própria lagoa, com uma maior disponibilidade de matéria orgânica e de ferro. O aumento da turbidez da água diminui a capacidade de produzir oxigênio, o que no futuro pode comprometer a qualidade da água.”
Horta defendeu uma grande mobilização da sociedade, Casan e do meio científico, por intermédio da UFSC, para buscar soluções para a qualidade da água no local e em outras uniades de conservação.
Para Marquito, trata-se de um patrimônio ambiental de equilíbrio sensível. “Um grande manancial de água potável que precisa ser preservado. Por isso, a Assembleia Legislativa toma a responsabilidade de unir forças com a comunidade e a ciência em prol da Lagoa do Peri.”
Participaram também da audiência técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e da Floram.
Com informações de Deluana Buss, da TV AL
Agência AL