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12/06/2024 - 08h35min

Audiência debate impactos da desativação de UPA em Florianópolis

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O debate aconteceu no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright, na Assembleia Legislativa.
FOTO: Vicente Schmitt/Agência AL

Os impactos da desativação da Unidade de Pronto Atendimento do Sul de Florianópolis (UPA SUL), localizada no bairro Rio Tavares,  motivou a audiência pública promovida na noite desta terça-feira (11) pelo Parlamento, que lotou o Plenarinho do Palácio Barriga Verde, na Capital.

Representantes do setor de saúde, lideranças de movimentos sociais, populares e autoridades  marcaram presença na iniciativa que foi proposta pelo deputado Marquito (Psol).

Entendimento 
Como explicou o deputado Marquito, o Parlamento atendeu a solicitação do Conselho Municipal de Saúde e do Movimento UPA Fica.  “Há uma manifestação clara da população do Sul da Ilha, contrária à desativação da UPA do Rio Tavares e hoje estamos aqui para entender o motivo dessa ação, empreendida pela prefeitura da Capital”, pontuou, deixando claro que a sociedade não é contra a inauguração do Multihospital de Florianópolis, construído no Carianos. “Investimentos em saúde são sempre importantes. Mas, o que não entendemos, é justamente a proposta do Executivo Municipal em desativar a UPA Sul no Rio Tavares e transferir toda a sua estrutura para essa unidade no Carianos”, observou o parlamentar, que lamentou a ausência de representantes da Secretária Municipal de Saúde no evento.

Ele também informou que o próximo passo será envolver a Comissão de Saúde do Parlamento, por meio do seu presidente, deputado Neodi Saretta (PT), para buscar um diálogo e um entendimento efetivo com o Executivo Municipal.  “Não somos contra a abertura de uma nova unidade, mas queremos que a UPA Sul do Rio Tavares continue funcionando e atendendo a população da Capital”, defendeu.  

Moradores contestam
A coordenadora do Comitê UPA Sul Fica, Ariadne Catarina Cardoso Telles, foi taxativa ao afirmar que a UPA Sul ocupa um lugar estratégico no bairro Rio Tavares. “Por estar localizada ao lado do Terminal, permite mobilidade e fácil acesso às pessoas que ali chegam”, observou.

Para ela, um ponto negativo para acessar a UPA do Carianos é justamente a dificuldade de mobilidade que a população tem para chegar até lá. “As pessoas estão demorando mais de uma hora para chegar até a UPA do Carianos.  Moradores que precisam utilizar a Upa do Carianos reclamam da falta de mobilidade urbana. Uma mãe, com um bebê chorando,  ficou mais de uma hora presa no trânsito, por conta do jogo do Avaí.  Por isso, estamos contestando essa mudança”, reitera, defendendo que a UPA Sul seja mantida no Rio Tavares. “Construíram um equipamento de saúde que não é acessível para o povo”, avaliou.

A manifestação de Ariadne foi reafirmada pelo coordenador do Conselho  Distrital de Saúde do Sul da Ilha, Gustavo Droguetti Lanza. “Essa medida da Prefeitura da Capital, de desativar a unidade do Rio Tavares, foi um total desrespeito ao poder deliberativo do nosso Conselho de Saúde. Não fomos ouvidos”, lamentou, informando que o Ministério Público já foi acionado pela entidade. “Agora aguardamos os próximos encaminhamentos, e que possamos ser ouvidos”, disse. 

Transição gradual
O  gerente de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Cezar Anselmo Andreazzi, informou que a transição está acontecendo de um modo gradual e suave. “Os atendimentos ainda continuam no Rio Tavares.  Permanecem naquela unidade os atendimentos clínicos, de pediatria e de radiologia. O que foi passado na integralidade para a UPA do Carianos foram os serviços de odontologia, de pequenas cirurgias e o atendimento integral de clínica geral e de pediatria”, afirmou.

Andreazzi explica que não tem um prazo definido para que a unidade do Rio Tavares seja desativada efetivamente. “A Prefeitura ainda está avaliando o impacto com a população”, comentou.

Para ele, a nova unidade no Carianos vai resultar em um incremento de 50% no atendimento à população da Capital. “É uma unidade que tem 1,5 mil metros quadrados com oito consultórios. Um ambiente mais adequado”, informou.

Ele observa que manter a unidade no Rio Tavares vai depender da procura da população.  “Percebemos que houve uma queda na demanda”, disse.  “ Em 10 dias a redução chegou a um terço na UPA do Rio Tavares, ou seja, até o momento 120 atendimentos por dia. Na Carianos, contabilizamos 300 atendimentos por dia até agora”, informou. 

O  Superintendente de Urgência e Emergência da Secretaria de Saúde Estadual, Marcos Antônio Fonseca, explicou que  o órgão não participou diretamente dessa decisão.  “Já que é uma decisão municipal. Mas nós organizamos todo o atendimento pré hospitalar, em relação ao SAMU e Corpo de Bombeiros”, informou.

Valquíria Guimarães
Agência AL

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