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02/10/2015 - 16h55min

Atendimento a imigrantes pela Arquidiocese de Florianópolis cresceu 200%

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Grupo de Trabalhado ligado à Comissão de Direitos Humanos da Alesc se reuniu nesta sexta (2). FOTO: Eduardo Guedes de Oliveira/Agência AL

A Arquidiocese de Florianópolis já atendeu 768 imigrantes estrangeiros em 2015, principalmente haitianos. “Os haitianos somam 48% dos imigrantes que procuraram a Pastoral e cerca de 11% deles são crianças, muitos estão imigrando em família”, revelou Tamajara Janaina Luiz da Silva, da Pastoral do Migrante de Florianópolis, durante reunião do Grupo de Trabalho do Imigrante (GTI), vinculado à Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa, e que foi realizada na tarde desta sexta-feira (2).

Segundo explicou a dirigente da Pastoral do Imigrante, em um ano os atendimentos cresceram 200%. “A média diária nos últimos dois meses tem sido de 45 atendimentos por dia”, informou Tamaraja, acrescentando que cada imigrante geralmente é atendido cinco vezes até a obtenção do visto permanente.

Entre os documentos que os haitianos têm direito ao entrar no país, destaque para carteira de trabalho, CPF e carteira de identidade. “Somente enviamos para Polícia Federal processos com documentação completa, inclusive com antecedentes criminais”, informou Tamajara, acrescentando que a maior dificuldade da pastoral é o pagamento das taxas migratórias. No caso da identidade, o custo é de R$ 57,60.

Clarens Chery, imigrante haitiano, parabenizou o esforço da Pastoral do Migrante, mas ponderou que os haitianos não precisam apenas de carteira de trabalho e moradia. “Tem uma coisa que é sempre esquecida, os valores das pessoas, o imigrante não veio só para trabalhar, veio para viver”, descreveu Chery, sugerindo em seguida a realização de feiras e festivais. “Queremos mostrar nosso artesanato e nossa cozinha para integrar os haitianos na sociedade”, justificou o imigrante.

Situação crítica em Itajaí e Blumenau
Chery denunciou que muitos compatriotas seus que trabalham em Itajaí e Blumenau moram em condições precárias. “Não são moradias, são guetos”, classificou Chery, que sugeriu à CDH e ao Grupo de Trabalho do Imigrante uma visita para verificar in loco as condições habitacionais.

O deputado Dirceu Dresch (PT), presidente da CDH, aceitou a sugestão e, em breve, membros da CDH e representantes das entidades que integram o GTI visitarão os dois municípios.

Destino Sul do Brasil
De acordo com Fernando Damazio, membro da Pastoral do Migrante, o Sul do país se converteu no destino preferido dos imigrantes que chegam ao Brasil. Os três estados do Sul lideram o ranking da imigração com 35% de preferência, seguido do Sudeste com 31%, Norte 25%, Centro Oeste 7% e Nordeste com apenas 1%.

Vítor Santos
Agência AL

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