Associação realiza seminário sobre Antonieta de Barros na Alesc
A Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros (Amab) vai pedir ao governo estadual que o prédio onde funcionava o Colégio Antonieta de Barros, no Centro de Florianópolis, seja transformado em um espaço público para o resgate e a valorização da cultura negra. A iniciativa foi lançada na noite desta terça-feira (24), durante o seminário Conversas com Antonieta, realizado pela associação, na Assembleia Legislativa, como apoio de várias entidades e instituições, entre elas a Bancada Feminina da Alesc e o Programa Antonieta de Barros (PAB).
O evento faz parte da programação do Mês da Consciência Negra e coincide com a data de aniversário do poeta Cruz e Sousa, outro expoente da cultura catarinense. De acordo com a secretária da Amab, Neli Góes Ribeiro, há tempos a associação reivindica o imóvel, onde até 2007 funcionou a escola que levava o nome da professora e primeira deputada estadual negra do Brasil. “Nós queremos lançar um movimento, que mobilize toda a comunidade em prol da criação esse espaço cultural voltado para a população negra de Santa Catarina”, afirmou Neli.
O abandono de outro espaço público, o Memorial Cruz e Sousa, também no Centro da Capital, foi denunciado durante o seminário desta noite. Jeruse Romão, do Federer/SC e Flávia de Lima lamentaram a situação do memorial onde estão os restos mortais do poeta. “Temos também que fazer um movimento pela restauração desse local importante para a cultura de Santa Catarina”, afirmou Jeruse.
Documentário
Uma das principais atrações do seminário foi a exibição do documentário Antonieta, de Flávia Person. O curta conta a trajetória da primeira negra a assumir um mandato popular no País, em 1935, como deputada estadual em Santa Catarina. Na sua trajetória de vida, Antonieta rompeu com estereótipos ligados ao gênero, à etnia e à classe social. A obra também traz imagens inéditas de Antonieta. Após a exibição do curta, os participantes do seminário acompanharam uma mesa redonda sobre Antonieta de Barros, envolvendo Altair Alves Lucio, Luciene Fontão e Flávia Person.
A presidente da Amab, Maria de Lourdes Gonçalves, a dona Uda, ressaltou que o seminário também teve como objetivo preservar a memória de Antonieta de Barros, referência na luta contra o preconceito contra as mulheres negras. “Sempre é importante falar do trabalho dessa grande mulher, dessa professora. Saímos mais fortalecidos de um evento como esse”, comentou.
O vereador de Florianópolis Augusto Junior, o Juninho Mamão (PSB), acompanhou o seminário. Para ele, ações como essas são importantes para dar visibilidade à luta da população negra em Santa Catarina. “É fundamental, não apenas no combate ao preconceito, mas também na conquista da cidadania, de direitos importantes que estão na Constituição Federal”, disse.
Agência AL