Assembleia sedia seminário sobre o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos

O 1º Seminário Região Sul do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos teve início na manhã desta quinta-feira (14), reunindo cerca de 400 participantes no Auditório Deputada Antonieta de Barros, no Palácio Barriga Verde, para discutir assuntos relacionados ao tema com foco no enfrentamento do uso indiscriminado de defensivos agrícolas. O evento é promovido pela Diretoria de Vigilância Sanitária de Santa Catarina e pela Secretaria de Estado da Saúde, com o apoio da Assembleia Legislativa. Na solenidade de abertura do evento, a gerente de normatização e avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Letícia Rodrigues da Silva, destacou a importância do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos, que completa 10 anos em 2012. “Este é um marco histórico. No início, analisávamos cinco culturas e pouco mais de 60 ingredientes ativos, com ações em alguns estados. Hoje o programa alcança todo o país e analisamos em torno de 20 culturas e 200 ingredientes ativos. Apesar das conquistas, ainda temos um cenário desafiador quanto ao controle dos agrotóxicos”, disse. O deputado José Milton Scheffer (PP), presidente da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia da Assembleia, ressaltou que o encontro vai proporcionar o aprimoramento e a evolução do programa. “Somos líderes mundiais na produção de alimentos, mas também ocupamos o primeiro lugar no consumo de agrotóxicos. Podemos continuar na liderança da produção, mas com o uso adequado dos agrotóxicos. Assim protegeremos o agricultor e o consumidor, construindo uma sociedade mais saudável e sustentável”, falou. “O uso do agrotóxico é uma discussão oportuna no momento em que nos preocupamos com a produção de alimentos para uma população crescente”, acrescentou o deputado Volnei Morastoni (PT), presidente da Comissão de Saúde. A partir do pressuposto de que existe uma relação direta entre saúde pública e agricultura, o secretário-adjunto de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, ressaltou a relevância do processo de monitoramento do uso de agrotóxicos para auxiliar no combate à contaminação de alimentos. “O Brasil precisa aumentar, no período de 2010 a 2019, 40% da sua produção para ajudar a suprir a demanda alimentar do mundo. Temos que adotar medidas de controle para poder alimentar o planeta sem contaminar as pessoas, produzindo de forma saudável e sustentável”, afirmou. O secretário-adjunto de Estado da Saúde, Acélio Casagrande, defendeu que o monitoramento também é importante para a prevenção de doenças. “A alimentação saudável ajuda na promoção da saúde da população. Esse evento vai poder nos dar diretrizes para fazer as adequações necessárias e implantar outras ações”, falou. Na opinião da diretora de Vigilância Sanitária de Santa Catarina, Raquel Bittencourt, deve-se pensar no planejamento de políticas públicas devido ao impacto do uso de agrotóxicos nos indicadores de saúde. “É preciso traçar políticas públicas referentes ao adoecimento da população pelo consumo de produtos com agrotóxicos e construir uma consciência sanitária para a diminuição do seu uso”, salientou. Também participaram do ato solene o deputado Jailson Lima (PT), representantes da Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação e da Vigilância Sanitária dos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. A programação do seminário se estende até amanhã (15), com a participação de diversos palestrantes que debaterão quatro temas principais. São eles: o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, a importância da rastreabilidade para a cadeia produtiva de produtos in natura e a Defesa do Consumidor na proteção e promoção da saúde humana e ambiental, os impactos do uso de agrotóxicos na saúde pública e a produção agrícola sustentável. O programa completo do evento pode ser consultado no site www.vigilanciasanitaria.sc.gov.br (Ludmilla Gadotti)