31/05/2012 - 18h55min
Assembleia promove II Mostra do Vinho Catarinense
Vinhos, espumantes e sucos. Quem esteve no hall da Assembleia Legislativa na noite desta quarta-feira (30) pôde conferir uma amostra da atual produção de 30 vinícolas do estado. O evento fez parte da II Mostra do Vinho Catarinense, que integra as festividades em torno do Dia Estadual do Vinho (primeiro domingo de junho) e busca valorizar a vitivinicultura catarinense.
Segundo o deputado Padre Pedro Baldissera (PT), proponente do evento, Santa Catarina é o quarto produtor de uvas e o segundo de vinho do país, envolvendo cerca de 3 mil famílias em sua cadeia produtiva. A atividade, disse o parlamentar, possui grande potencial econômico, mas que ainda precisa ser melhor divulgada. “Uma questão importante é dar publicidade e visibilidade ao segmento, que elabora produtos de qualidade, mas que ainda não têm o devido reconhecimento”, disse.
O enólogo Gilson Panceri Júnior, da Cooperativa de Crédito Rural de Tangará (Cresol), uma das organizadoras da mostra, ressaltou que as vinícolas catarinenses vêm trabalhando constantemente no aprimoramento da qualidade de seus produtos, em um processo que se intensificou a partir da década de 90. Nos últimos seis anos, disse Panceri, os produtos catarinenses vêm ganhando premiações nacionais e internacionais, principalmente o vinho branco, considerado pela quinta vez consecutiva o melhor vinho do Brasil. “Atualmente todas as regiões do estado produzem ótimos vinhos. Alguns deles, superiores a muitos vinhos estrangeiros. O que precisamos é acabar com esse preconceito com os produtos locais”, disse.
Falta de competitividade
Ainda que a qualidade do vinho catarinense o coloque em paridade aos melhores vinhos nacionais e estrangeiros, falta competitividade ao produto local, afirmou o presidente do Sindicato das Indústrias do Vinho de Santa Catarina (Sindivinho), Celso Panceri. “Falta-nos escala de produtividade. Não na produção de vinhos de mesa, onde somos competitivos, mas no de vinhos finos, que exige clima e terreno propício para sua elaboração”.
Panceri elogiou a política tributária adotada pelo estado, que estipulou para o segmento ICMS de 3%, mas queixou-se da legislação federal, a seu ver, restritiva ao consumo de todas as bebidas que contém álcool, independentemente da graduação. “Nos outros países o vinho é considerado um complemento alimentar, promotor da saúde. Aqui é o contrário e o vinho é colocado no mesmo grupo de bebidas que a cachaça”, disse.
Indicação de procedência
A II Mostra do Vinho Catarinense também foi marcada pela entrega, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), do primeiro reconhecimento de Indicação Geográfica de Procedência (IGP) para vinhos catarinenses. A certificação, que precede a Denominação de Origem (DO), consiste em um selo concedido aos vinhos produzidos nos Vales da Uva Goethe e leva em conta aspectos como qualidade, características históricas e culturais que os diferenciam dos demais.
“O Vale da Uva Goethe passa a ser um patrimônio catarinense, reconhecido no Brasil e no mundo pela qualidade dos seus produtos”, disse o presidente da Associação ProGoethe, que reúne produtores da uva e do vinho Goethe, Renato Damian. (Alexandre Back)