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16/06/2016 - 11h12min

Assembleia Legislativa abre 2º Congresso Nacional do Parto Humanizado

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2º Congresso Nacional do Parto Humanizado acontece nesta quinta e sexta-feira na Assembleia Legislativa

O Auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa sedia, nesta quinta e sexta-feira (16 e 17) o 2º Congresso Nacional do Parto Humanizado. Cerca de 500 pessoas, a maioria profissionais da área da saúde, doulas, estudantes e gestores públicos, participam do encontro, aberto às 9 horas. O avanço e os desafios na humanização do parto, o papel dos profissionais, as experiências em redes de cooperação para assistência ao parto e a violência obstétricas são alguns dos temas previstos na programação do encontro.

Na abertura, a deputada Ana Paula Lima (PT), proponente do evento, destacou que o 1º Congresso Nacional do Parto Humanizado, realizado pela Assembleia Legislativa no ano passado, desencadeou várias ações e tornou-se referência na trajetória pela humanização do parto. “A humanização é um caminho sem volta. As mulheres têm protagonizado cada vez mais essa luta por um parto e um nascimento mais humanos. Elas saberão fazer nascer uma geração mais saudável e mais feliz”, disse Ana Paula.

O conceito de parto humanizado em debate prevê uma nova forma de lidar com a gestante, respeitando sua natureza e sua vontade. Nessa nova abordagem, são abolidos alguns procedimentos de rotina utilizados nos hospitais, como a indução ao parto, o corte do períneo (episiotomia), o uso de anestesia, a raspagem dos pelos pubianos e o parto cirúrgico (cesariana). No parto humanizado, esses e outros procedimentos são empregados apenas quando a gestante e seu cuidador concordam com a manobra a ser feita. Além disso, a gestante participa ativamente e recebe acolhimento físico e emocional.

Conforme explicou Cristiane da Ros, doula e educadora perinatal, grávida de 37 semanas, o parto humanizado é um caminho mais amoroso e mais seguro para mães e bebês. “A humanização nos traz o protagonismo feminino, as mulheres como donas de seu parto.” Na definição dela, a humanização pressupõe o respeito à vontade da mãe, além de ser mais adequada para a saúde da mulher e da criança.

Avanços e desafios
A coordenadora de Saúde das Mulheres do Ministério da Saúde, Esther Vilela, que também é a coordenadora nacional da Rede Cegonha, a luta pela humanização do parto está em pleno movimento. “Temos avanços como os centros de parto normal, legislações que reforçam o papel da enfermeira obstétrica e da obstetriz na assistência ao parto normal de baixo risco, temos as evidências necessárias do que é para ser feito e o que deve ser abolido na assistência ao parto. Porém, ainda temos as maternidades atuando com a forma tradicional de atenção. Mudar o ensino em obstetrícia, atuar nas instituições de ensino superior e nos hospitais de ensino, é a nossa prioridade para que possamos avançar de forma mais acelerada para mudar o modelo de atenção ao parto e ao nascimento”, opinou.

Esther argumentou que a estrutura das maternidades é antiga, baseada no modelo tradicional, o modelo biomédico, que não enxergava o parto na sua dimensão social, familiar e sexual. “Precisamos mudar as estruturas. Estrutura é parede, é espaço, estamos fazendo isso, investimento recursos financeiros para mudar as estruturas. Mas precisamos também mudar mentes e corações, mudar concepções e, principalmente, a questão corporativa”, analisou. Nesse último ponto, a gestora enfatizou que a assistência ao parto não é feita apenas por médicos, mas por uma equipe, composta de enfermeiros, obstetrizes, doulas e diversos outros profissionais comprometidos em possibilitar à mulher a condição de protagonista no nascimento de seu filho.

Lei das doulas
Ana Paula Lima comentou, durante a abertura, que um dos resultados práticos da mobilização intensificada a partir do 1º Congresso foi a aprovação da Lei da Doula (Lei 16.869/2016), que garante o acesso da doula às maternidades para acompanhamento da mulher em trabalho de parto. Essa lei está em fase de implementação, segundo Cristiane Da Ros. “Precisa haver a regulamentação internas das maternidades para que a lei seja colocada em prática, mas estamos avançando”, disse. Ela citou como exemplo o Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que abriu o cadastramento de doulas.

Programação do Congresso:

16/06
9 horas - Abertura
9h45 - Conferência: “Avanços e desafios na humanização do parto e do nasciento – Daphne Rattner
10h45 - Vídeo de parto – Além d´Olhar Fotografia – Suzanne Shue
11 horas - Mesa de debate – “O papel do enfermeiro obstetra e da doula na humanização do parto e do nascimento”
12 horas - Almoço
14 horas - Vídeo do parto – Além d´Olhar Fotografia – Suzanne Shue
14h15 - Mesa de debate – “Experiências em redes de cooperação para assistência ao parto domiciliar”
15h30 - Conferência “Violência obstétrica: o lado nem tão invisível do parto” – Carmem Simone Grilo Diniz
17h15 - 1º Encontro Estadual de Enfermieros Obstetras e Obstetrizes – Maria Emilia Oliveira
18h - Encerramento

17/07
9h - Vídeo do parto – Além d´Olhar Fotografia – Suzanne Shue
9h15 - Mesa de Debate: “Boas práticas para o parto humanizado hospitalar”
10h45 - Vídeo do parto – Além d´Olhar Fotografia – Suzanne Shue
11 horas - Conferência “Apego, a força que nos vincula: como profissionais, a questão é não atrapalhar ou favorecer?”
12 horas - Almoço
13h30 - Vídeo do parto – Além d´Olhar Fotografia – Suzanne Shue
13h45 - Conferência “Como queremos nascer no Brasil” – Maria do Carmo Leal
15 horas - Conferência “Medicina baseada em evidências: a humanização em pauta”
16h15 - Leitura e aprovação da 2ª Carta de Florianópolis
17 horas - Encerramento

Lisandrea Costa
Agência AL

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