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17/05/2013 - 14h50min

Arquiteto premiado lança livro com projetos jamais implantados

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Arquiteto Héctor Vigliecca. Foto: Solon Soares

O arquiteto uruguaio Héctor Vigliecca, que venceu dezenas de concursos públicos, entre eles o projeto de reurbanização da praça Tancredo Neves, em Florianópolis, lançou na noite desta quinta-feira (16), no Hall da Assembleia Legislativa, o livro “Hipóteses do Real: concursos de arquitetura e urbanismo: 1971-2011”. O livro traz detalhes técnicos de 20 projetos que venceram concursos nacionais e internacionais, sendo que apenas dois deles foram implantados. “

“É uma coletânea de 40 anos de profissão”, resumiu Vigliecca. Entre os projetos premiados, dois elaborados para Florianópolis, a praça e o Mercado Público da cidade. “É um livro para estudantes e arquitetos. Não é uma coletânea de estilo, mas sobre a realidade, sobre o que é tangível”, explicou o arquiteto. Em Palhoça há dois estudos arquitetônicos de Vigliecca implantados, ambos para a iniciativa privada, o traçado original do empreendimento Pedra Branca, da Portobello, e a piscina coberta, equipada para saltos, da Unisul,

Projetos que não saem do papel
Infelizmente, principalmente para os brasileiros, apenas dois projetos que venceram concursos públicos nesses mais de 40 anos foram executados: o SESC de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e a reurbanização do Morro S4, próximo à represa de Guarapiranga, na cidade de São Paulo.

Entretanto, Vigliecca está otimista com a execução do projeto da praça Tancredo Neves, também chamada de praça dos Três Poderes. “Ouvi dizer que está havendo entendimento (entre a Assembleia, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça e Prefeitura), será uma satisfação construir”, revelou Vigliecca.

Recordações de Brasília
Vigliecca contou que viajou para Brasília em 1963. Na época era estudante do terceiro ano de arquitetura, na Universidade da República, em Montevidéu. “Na Europa se falava muito em modernismo, mas quem fez o modernismo foi o Brasil”, afirmou Vigliecca, referindo-se a Oscar Niemayer e Lúcio Costa.

“Fomos de avião, um DC4, que fez uma parada técnica em Goiânia”, lembrou Vigliecca, ainda surpreso, depois de tanto tempo, com os prédios dos ministérios vazios, “com as cozinhas ainda com resto de comida estragada da festa de inauguração. As portas estavam abertas, era entrar, pegar o elevador e subir, não havia ninguém”, revelou.

Para Vigliecca, a ideia de uma cidade moderna, com cada coisa no seu lugar, como por exemplo, hotéis no setor hoteleiro, setor de hospitais, setor bancário, está na contramão da experiência comum de cidades. “A animação da cidade está na mistura dos elementos e não na separação”, filosofou Vigliecca.

Frase
“Na arquitetura, hoje em dia, não dá para dissociar o automóvel do indivíduo”.

Vítor Santos
Agência AL

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