Alesc sedia seminário de atualização sobre o Teste do Pezinho
A Assembleia Legislativa sedia nesta terça-feira (8) o Seminário de Atualização dos Protocolos e Técnicas do Teste do Pezinho. Durante todo o dia, profissionais de saúde de todo o Estado vão passar por uma grande reciclagem teórica. Serão nove palestras sobre as moléstias detectadas pelo procedimento, que é uma das mais importantes ações preventivas a doenças.
Proponente do evento, o deputado Doutor Vicente Caropreso (PSDB) explicou que pelo fato do teste ter se tornado um grande ganho para a sociedade na área da medicina e na prevenção de doenças relativas ao desenvolvimento das crianças, é algo que precisa ser encarado com a permanente e máxima responsabilidade. “Mais uma vez a Assembleia Legislativa, por meio das comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a de Saúde, traz especialistas para difundir as informações necessárias para a continuidade desse programa exitoso.”
A relevância do teste do pezinho, comentou o parlamentar, se nota com as estatísticas construídas desde o início do procedimento no Brasil, em 1992. Ele citou como exemplo que em 2017 foram atendidos, no Brasil, quase 14 milhões de recém nascidos. “E desses, 17 mil apresentaram algum problema detectado pelo teste. Geralmente o hipotireoidismo congênito e a anemia falciforme, que apareceram em 77% dos casos.” O posicionamento do Parlamento – que promove o seminário em conjunto com o Núcleo de Educação Permanente do Hospital Infantil Joana de Gusmão e a Secretaria de Estado da Saúde – tem como função reforçar, renovar, rever conceitos para manter a continuidade da realização do teste, que é gratuito e obrigatório.
Para Gisele Rozone de Luca, geneticista do Hospital Infantil Joana de Gusmão, quanto mais são promovidos eventos como o de hoje, mais se ajuda na formação dos profissionais que tratam dos recém nascidos. De acordo com ela, é fundamental também a informação para os pais sobre a importância do por que está sendo feito o teste. “O diagnóstico precoce da fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência da atividade da biotinidade e da doença falciforme, todas detectadas no teste do pezinho, garantem o tratamento mais rápido possível.”
Primeira palestrante do dia, a endocrinologista Marilza Leal Nascimento fez um histórico da triagem neonatal em Santa Catarina. “Fomos um dos primeiros estados do Brasil a ter o teste do pezinho implantado de forma institucional e sempre tivemos os melhores indicadores nacionais. Se tratadas precocemente, [as doenças reveladas pelo procedimento] vão mudar a vida da criança e sua evolução. Principalmente no caso de doenças que levam a um retardo mental grave.”
Antigamente a detecção ocorria por meio do diagnóstico clínico. “Era algo muito difícil de se fazer e muitas vezes, quando era percebida, a lesão cerebral já estava instituída. Com o teste, essas crianças são normais desde que façam o tratamento para o resto da vida. É uma mudança total na qualidade de vida delas e de suas famílias”, concluiu.
O seminário, que está acontecendo no Auditório Deputada Antonieta de Barros, atende as orientações do Ministério da Saúde, que recomenda o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), a realização do teste entre o 3º e 5º dia de vida do bebê.
Anualmente, uma média de 2,4 milhões de recém-nascidos são triados no programa. É muito importante destacar que, quanto maior a rapidez na identificação e início do tratamento das doenças, maior a possibilidade de evitar sequelas nas crianças como a deficiência mental, microcefalia, convulsões, comportamento autista, fibrosamento do pulmão, crises epilépticas, entre outras complicações.