Em palestra, Instituto Aequalis busca a promoção da liderança feminina
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL
O incentivo à presença da mulher nas posições de comando nas organizações é o foco do Instituto Aequalis de Liderança Feminina. A entidade foi lançada nesta quarta-feira (13), na Assembleia Legislativa, dentro da programação do Mês de Mulher, conjunto de ações promovidas pela Bancada Feminina do Parlamento e pela Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira.
Criado em 2017 a partir de um grupo de estudo formado na Escola de Governo ENA’, o Aequalis (termo em latim que significa igual) busca trabalhar a potencialidade das mulheres e a sua importância na sociedade, afirmou a professora Elizete Lanzoni Alves, que integra a entidade. “O maior desafio é fazer com que a própria mulher acredite nesse seu potencial. É fazer um desenvolvimento político, um empoderamento social.”
Conforme ela, um dos caminhos para tanto é capacitar este segmento da população para que encaminhe as mudanças pretendidas. “Nós ainda vivenciamos uma sociedade em que a mulher não vota na mulher. Mas, por outro lado, ela precisa votar numa mulher que verdadeiramente a represente e pra isso nós precisamos trabalhar e capacitar essa mulher, tanto para as carreiras públicas como para as carreiras profissionais diversas na área privada.”
Diferenças também na estrutura do governo
Durante o evento, foi apresentado um estudo feito pelo Instituto, que aponta para a diferença existente quanto aos gêneros na ocupação de cargos no aparelho público do Estado, com foto no Poder Executivo.
O levantamento, destaca a professora Helena Kuerten de Salles, que apesar de perfazer a maioria da população, as mulheres ainda ocupam poucos cargos de lideranças no governo, o que acaba influenciando nas diferenças salariais existentes. Os números apresentados demonstram ainda que elas estão concentradas principalmente nas secretarias de Educação e Saúde, enquanto os homens ocupam as da Fazenda e Infraestrutura. “Esses dados começaram a nos alarmar, a nos mostrar que é uma temática importante para se discutir aqui em Santa Catarina. E o Estado passa a ser um multiplicador de um comportamento social, então na medida em que a gente começa a corrigir essas distorções dentro do aparelho público, a gente também sinaliza para a sociedade que isso é uma questão importante e que é um caminho necessário.”
Já a deputada Marlene Fengler (PSD) afirmou que os dados apresentados apontam para uma conjuntura social em que as mulheres, apesar de sua contribuição social, ainda estão distantes da almejada igualdade de oportunidades.
Neste sentido, ela ressaltou a importância do evento como uma oportunidade para o desenvolvimento de novas políticas públicas para o gênero feminino. “As mulheres são trabalhadoras, batalhadoras e perseguem o seu espaço em todas as áreas, mas a realidade ainda está muito distante do que é o ideal. Então acho que esse mês é importante para a gente discutir, conversar, e ver de quais formas podemos aqui, enquanto legisladoras, contribuir para a criação de políticas públicas de inclusão, no sentido de que efetivamente as mulheres possam ocupar o seu espaço, tanto no serviço público quanto na iniciativa privada.”
Com informações de João Guedes, da Rádio AL.
Agência AL