Alesc relança a Frente Parlamentar em Defesa da Saúde dos Catarinenses
FOTO: Solon Soares/Agência AL
A Assembleia Legislativa relançou a Frente Parlamentar em Defesa da Saúde dos Catarinenses. Na reunião realizada na manhã desta quarta-feira (16) foi reafirmada a meta de fazer do Parlamento uma ferramenta efetiva na busca por soluções para o fortalecimento do sistema hospitalar do Estado.
De acordo com o coordenador, deputado José Milton Scheffer (PP), o ato de relançamento é uma exigência do Regimento Interno da Alesc. Ele justificou a continuidade dos trabalhos pois, desde que surgiu, em 2012, a Frente “tem prestado um grande trabalho para a construção de um canal de diálogo e construção na questão dos hospitais filatrópicos de Santa Catarina”.
Scheffer considerou que a evolução vem sendo contínua. “E hoje com a reinstalação da frente, com algo em torno de 20 deputados participando, mostra-se a importância que a saúde tem para o catarinense e a importância de uma política que entenda o trabalho do hospital e o papel que ele tem no atendimendo nos municípios grandes e nos pequenos.”
O coordenador destacou ainda que os grandes desafios são tornar essa política hospitalar em uma política de Estado, além de acelerar o número de cirurgias eletivas. “Tenho grande esperança que, a partir de abril, a gentre avance muito nessas pautas. E obviamente a Frente vai trabalhar para buscar mais recursos junto ao Ministério da Saúde.”
Para o presidente da Alesc, deputado Moacir Sopelsa (MDB), a estratégia está no caminho certo. “Temos o governo fazendo investimentos, a Secretaria de Saúde mudando o sistema de trabalho. Isso é importante porque fortalece o setor de saúde em Santa Catarina.” Segundo o parlamentar, a Alesc estará junto no que for possível, citando inclusive a decisão do presidente anterior da Casa, deputado Mauro de Nadal (MDB), que destinou verba economizada pelo Parlamento para o sistema de saúde. “Acho que podemos fazer mais vezes isso e poder contribuir com essa área”, assegurou.
Superação
Para o deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), a Frente Parlamentar, em parceria com a Comissão de Saúde, tem muita responsabilidade. “A gente tem que colocar a mão na consciência e avaliar o que sobrou dos últimos dois anos de provação. Santa Catarina deu demostração de superação do seu sistema hospitalar. O trabalho desenvolvido pelos corpos clínicos e pelas direções deram um resultado bom, com o menor índice de letalidade do Brasil. Em que pese da relativização do conhecimento médico e um verdadeiro turbilhão de demonização da medicina. Isso é uma coisa que continua grave, mas vencemos com mais de 80% da população catarinense vacinada.”
Na visão do deputado Celso Zuchi (PT), os maiores problemas na saúde pública são administração, entrega de recursos e falta de gerência. “Existem recursos, falta é gestão. Sabemos que há um lucro de quase R$ 4 bilhões das empresas do petróleo, deveríamos abrir a frente para trazer um pouco desses recursos para a saúde. O que prefeitos, vereadores e deputados conseguem de recurso não é favor para ninguém. É nada mais do que cumprir nossa obrigação. Todo deputado que está aqui tem essa consciência.”
Municípios
Já o deputado Nilso Berlanda (PL) lembrou que, durante a pandemia, cada parlamentar recebeu grande demanda sobre ajuda para os hospitais. “E há muitos hospitais nas cidades pequenas que estão fechados. É importante entender qual critério que vamos utilizar para ajudar a saúde dos catarinenses, para fiscalizar e cuidar.”
Em contraponto à questão da extensão das cidades, o deputado Ismael dos Santos (PSD) cita que Blumenau, com 350 mil habitantes, não tem um hospital regional. “É um gargalo que também precisamos responder. Dar ao cidadão catarinense aquilo que ele merece, devolver o imposto em forma de serviços”, explicou.
De acordo com o deputado Milton Hobbus (PSD), a Frente Parlamentar é um “elo de resolutividade” que funciona para resolver grandes problemas em várias áreas. “A gente deve interiorizar a média e a alta complexidade para salvar vidas. E nós ainda estamos devendo muito nisso. Santa Catarina, um estado geografiacamente pequeno, deve muito ainda na realização da saúde em um conceito de salvar vidas. A gente já devia ter bem menos ambulâncias circulando [pelas estradas]. E não é crítica a esse ou aquele governo. É uma sequência natural que a gente tem que construir juntos. Tem que ficar o desafio para nós todos de encontrar esse caminho que viabilize a operação hospitalar em todas as microrregiões.”
Entidades
Além dos parlamentares, participaram do evento representantes das entidades hospitalares e do governo do Estado. O vice-presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Estado de Santa Catariana (Fehoesc), Tércio Kasten, disse que a Frente Parlamentar “é uma ação da Casa do Povo que vem para somar” em toda política hospitalar feita em Santa Catarina. “Sem dúvida alguma vai dar mais segurança para que o cidadão tenha cada vez mais segurança na atenção a sua saúde.”
A presidente da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de Santa Catarina (Fehosc), Irmã Neusa Luiz, disse estar muito feliz pelo fato de a Frente continuar o apoio aos hospitais filantrópicos e todo o sistema hospitalar. “A gente acredita que nessa parceria possamos estar avançando. Nosso grande objetivo é dar um atendimento humano e qualificado para todo o catarinense. Isso só é possível graças a essa parceria, esse diálogo e apoio de todos.”
Por fim, a superintendente de Planejamento em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Carmem Regina Delziovo, apresentou um relatório sobre a Política Hospitalar Catarinense. “Foi construída em conjunto com as entidades do setor e com os municípios. As grandes mudanças foram a inclusão de alguns procedimentos. Eentre elas, o foco na realização de cirurgias eletivas, o atendimento das pessoas portadoras de necessidades especias no atendimento à saúde bucal e recursos ampliados para hospitais que atendem saúde mental e para os que realizam partos de alto e baixo risco.” Ela ressaltou ainda que, ao total, o Estado já fez um “aumento significativo” de verba, com R$ 640 mihões para o setor hospitalar.