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Alesc promove capacitação sobre estomias em São Miguel do Oeste
Orientar e capacitar profissionais de saúde que atuam no atendimento aos mais de 5,5 mil pacientes de estomias no estado. Este é o objetivo de um seminário que a Assembleia Legislativa de Santa Catarina, por meio da Comissão de Saúde e da Escola do Legislativo, promove entre os dias 22 e 23 no campus do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) de São Miguel do Oeste.
O evento ocorre em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e possui como público-alvo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais que atuam nos hospitais da rede e atenção primária em saúde nos municípios do Extremo Oeste do estado, acadêmicos de enfermagem e medicina, além de profissionais das regionais de saúde.
A estomia é um procedimento cirúrgico que cria o estoma, um orifício, na parede abdominal ou na traqueia, de maneira definitiva ou provisória. É uma cirurgia realizada com o objetivo de construir um caminho alternativo de comunicação com o meio exterior, para eliminar a urina ou as fezes, assim como auxiliar na respiração ou na alimentação, promovendo uma maior qualidade de vida ao paciente.
Santa Catarina é o único estado do país que possui os insumos padronizados para a reabilitação fonatória e pulmonar. Do total dos 10 itens fornecidos aos pacientes, apenas a laringe eletrônica é disponibilizada pelo Ministério da Saúde, os demais são adquiridos com recursos da SES.
Atualmente, o estado conta com 5.512 pacientes cadastrados, sendo 5.243 de estomias intestinais e urinárias e 269 respiratórias.
No primeiro dia, o foco do seminário está em temas como o serviço estadual de atenção à saúde das pessoas com estomias, os documentos e critérios para indicação e regulação de insumos e equipamentos para estomia respiratória, e a indicação de uso das tecnologias.
De acordo com a gerente de Habilitações e Redes de Atenção da SES Jaqueline Reginatto, os seminários sobre estomias vem sendo realizados de forma continuada desde o ano de 2017 e são um importante instrumento da secretaria para a atualização dos profissionais de saúde dos municípios e da rede estadual, sobretudo sobre a melhor forma de uso dos insumos utilizados nos tratamentos.
“Na formação do profissional de enfermagem se fala um pouco sobre isso, mas não tem uma atenuação sobre esse assunto. Então, quando começa a atender, ele se depara com essa pessoa [estomizado] e às vezes surgem muitas dúvidas. Ele precisa saber utilizar o material, ele precisa saber dar o cuidado melhor para esse paciente. E um dos pilares da secretaria é a capacitação da rede, além do que a gente também tem uma rotatividade muito grande de profissionais e é importante que a gente faça essa capacitação continuada.”
Outro tema abordado durante a abertura do evento foi a adoção da comunicação assertiva junto aos pacientes, ministrada pela neuropsicóloga e arteterapeuta Ollivia Maria Gonçalves.
Em sua palestra, intitulada “Falando de Coração para Coração”, ela destacou a importância da adoção de formas de falar que aproximem o profissional de saúde do paciente. Uma das técnicas ensinadas é buscar conhecer mais da vida de quem está recebendo os cuidados médicos.
“A ideia da comunicação assertiva é a gente se cercar de informações da outra pessoa, para a gente efetivamente se comunicar de uma forma que ela não reaja e entenda o que a gente falou.
Outra técnica repassada é a utilização de termos e linguagens de fácil entendimento.
“Pessoas diferentes entendem determinadas coisas de formas diferentes. Então, quando você pratica a comunicação assertiva, quando você tem uma certa autonomia da sua forma de comunicação, você passa a entender isso. A sua experiência com aquela pessoa conta na forma como você se comunica. Então você pode variar até o nome de aparelhos e o nome de coisas para que aquela pessoa entenda melhor.
Uma das participantes do seminário, Taissana Dezanetti, que atua como enfermeira da Gerência Regional de Saúde São Miguel do Oeste, afirmou que vem aumentando a demanda pelo tratamento de estomias na região, razão pela qual destacou a importância dos temas abordados no seminário.
“Nos últimos anos a gente vem observando um aumento grande de pacientes usando estomias, utilizando bolsas, tanto intestinal, respiratória e urinária. E são pacientes que precisam de um atendimento mais integral, são pacientes especiais, então precisa ter um olhar bem apurado do profissional. Os profissionais da nossa região precisam estar capacitados para atender esse tipo de população.”
Agência AL
