Alesc debate pauta do Oeste e convocação de representante da ANTT
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL
Representantes do PL, Podemos e PP debateram na sessão de quarta-feira (18) as principais reivindicações do Oeste, com destaque para internet rural, ligação aérea entre Chapecó e capital e leite, assim como a convocação de representante da ANTT para explicar o atraso no contorno viário da Grande Florianópolis.
“Tivemos uma reunião da bancada do Oeste tratando sobre algumas demandas: temos a questão da Internet rural, porque é um desafio levar a todas as regiões, hoje não podemos implantar o sistema de nota fiscal eletrônica porque não temos internet em todos os municípios”, afirmou Maurício Eskudlark (PL).
Sobre a ligação aérea entre Chapecó e a capital, Eskudlark ponderou a demora para percorrer o trecho de carro, que pode levar até 12 horas e com grande parte do caminho sem cobertura de Internet.
“É um dia perdido, não se consegue despachar, conversar ou responder”, disparou Eskudlark.
Quanto à crise do leite, o deputado revelou que as empresas que processam leite reivindicam incentivos fiscais, mas há dúvida no governo se o benefício será repassado ao produtor e ao consumidor.
“Os benefícios que as empresas querem não vão chegar onde queremos que chegue, a base não vai receber e temos dúvida se vai chegar ao consumidor”, pontuou o veterano parlamentar.
Já o deputado Pedrão (PP) sugeriu convocar o representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para explicar mais um adiamento do prazo para conclusão do contorno viário da Grande Florianópolis.
“A obra caminha em ritmo lento e nos assusta o silêncio da ANTT. Precisamos da convocação do representante da ANTT para vir aqui nesta tribuna explicar porque a ANTT permanece muda”, disparou Pedrão.
Sérgio Guimarães (União) acompanhou Pedrão na tribuna e revelou que houve festa no canteiro de obras na manhã desta quarta-feira.
“Teve bolo, balões, confetes, drones e parabéns, só não teve o término da obra. Assinaram o quinto termo aditivo e a Autopista pediu a reprogramação do cronograma, atestando a incompetência e dizendo que não vão terminar as obras em 2023. Falam em desconto no pedágio, mas queremos a abertura das cancelas e para isso estamos recorrendo no TRF-4 em Porto Alegre”, informou Guimarães.
Sargento Lima (PL), com ironia, parabenizou os colegas da Grande Florianópolis.
“Vocês ainda têm 12 anos para comemorar, mas o maior cliente da Autopista é Joinville, que tem uma praça de pedágio na entrada e outra na saída, para onde quer que o joinvilense saia, ele tem praças de pedágio”, lamentou Lima, revelando em seguida que a Manchester barriga verde reivindica não um anel viário, mas apenas vias marginais. “O sonho de vocês tem doze anos, o nosso nem nasceu ainda”.
O deputado também informou que a comunidade de Joinville irá a Brasília reivindicar melhorias na BR-101.
Homenagem a duas personalidades
Padre Pedro Baldissera (PT) repercutiu a homenagem prestada a duas personalidades brasileiras, já falecidas, mas com atuação destacada em favor do meio ambiente e da convivência harmoniosa do homem com a natureza.
“Um dos que homenageamos no dia ontem na UFSC foi o Carlos Walter Porto Gonçalves, que marcou profundamente a história e a vida de várias regiões do nosso país. Um dos geógrafos brasileiros destacados, grande defensor do meio ambiente e, portanto, amigo do seringueiro Chico Mendes”, declarou Padre Pedro, acrescentando que Porto Gonçalves participou, em 2019, do seminário Sociedade e Meio Ambiente, promovido pela Alesc.
Padre Pedro também destacou a figura de José Antonio Pérsigo, que foi presidente do Fórum Permanente de Proteção e Conservação do Rio Uruguai e do Aquífero Guarani.
“Lembro que desde 2005 debatemos a importância do rio Uruguai, a conservação, a qualidade da água. Santa Catarina é o estado onde o Aquífero Guarani tem a maior abrangência”, destacou Padre Pedro.
Contra a reversão da contribuição dos aposentados
Matheus Cadorin (Novo) leu na tribuna um manifesto assinado por várias entidades empresariais, comerciais e industriais contrárias à reversão da contribuição de 14% dos aposentados para o Iprev.
Segundo as entidades, a sociedade não pode pagar mais esta conta, nem retroceder uma política que foi positiva para o equilíbrio das contas públicas. Para os empreendedores, a reversão importará em aumento da carga tributária no médio e longo prazos.
Notícias positivas
Sargento Lima especulou a possibilidade de a queda vertiginosa da imprensa escrita derivar da forma de transmitir a notícia e não da mudança radical dos meios que os humanos utilizam para se comunicar.
“Se mantivesse o foco naquilo que está acontecendo dando as boas notícias no meio das tragédias haveria um interesse maior pela informação”, avaliou Lima, que sugeriu à mídia publicar dados sobre as cirurgias eletivas realizadas, sobre os valores empenhados e pagos em 2023 relativos à recuperação de rodovias e a implantação do reforço na ronda escolar.
Tragédia em Porto União
Dr Vicente Caropreso (PSDB) repercutiu a situação grave vivida pelos habitantes de Porto União por causa das cheias do rio Iguaçu.
“Conversei com o prefeito Eliseu Mibach e a situação é grave, enquanto no resto do estado as águas estão descendo, lá se espera que vai aumentar em meio metro ainda. Estão pedindo a presença do governador, é uma situação importante, o governador do Paraná sobrevoou a área e esteve em União da Vitória”, informou Caropreso, referindo-se a parte paranaense da antiga Porto União da Vitória, dividida em duas pelo acordo de limites entre Santa Catarina e o Paraná.
O deputado elogiou a estrutura de enfrentamento de desastres no estado, mas ressaltou o atraso no desassoreamento dos rios e na construção de novas barragens de contenção.
“Estudos da Agência Japonesa de Cooperação Técnica e Financeira não Reembolsável (Jica) indicaram a necessidade de construir mais sete barragens no Vale do Itajaí, mas por ora só a barragem de Botuverá deverá iniciar, as outras permanecem uma incógnita”, admitiu Caropreso.
Dia do médico
Caropreso destacou a passagem do dia do médico, celebrado em 18 de outubro.
“Me formei em 1979, vão fazer 44 anos, sou neurologista, me formei na UFSC, na época havia 100 vagas, hoje são milhares de vagas, mas os preços das mensalidades são inacreditáveis, variando de R$ 12 mil a R$ 14 mil, uma conta grande para cada família. Agora muitas dessas faculdades é preciso fiscalizar mais e ficar em cima do tipo de aprendizado”, defendeu Caropreso.
O deputado lembrou da bravura de médicos e médicas no combate à pandemia do coronavírus.
“Perdemos vários médicos, a eles o nosso respeito, nós conseguimos o melhor índice de letalidade do Brasil, sinal de que algo funciona aqui”.
Lunelli (MDB) também homenageou os médicos, em particular, Dr Vicente Caropreso.
Capital de giro
Marcius Machado (PL) pediu ao governo do estado que viabilize, via Badesc, linha de crédito para capital de giro para as empresas que foram atingidas pelas cheias das últimas semanas.
“Está aqui o meu apelo”.
Panorama da Serra
Marcius também relatou na tribuna a situação dos municípios da região Serrana, atingidos duramente pelas enchentes. Segundo Marcius, dos 18 municípios, 13 decretaram situação de emergência, entre eles Painel, Correia Pinto, Capão Alto, São José do Cerrito, Rio Rufino e Bocaina do Sul.
Violência na UFSC
Lunelli denunciou a violência na UFSC e culpou os usuários de drogas por assaltos e sequestros relâmpagos no campus.
“A Universidade Federal de Santa Catarina, a quarta melhor do Brasil, com história de mais de 60 anos, hoje está tomada por usuários de drogas e está cada vez mais insegura para quem quer estudar”, apontou Lunelli, que responsabilizou os dirigentes da UFSC pela situação.
Penitenciária de Florianópolis
Pedrão voltou à tribuna para defender a permuta do terreno da penitenciária de Florianópolis, localizado no bairro Agronômica e que mede cerca de 100 mil m2. O deputado sugeriu utilizar os recursos obtidos com a permuta para ampliar e reformar penitenciárias já existentes.
Reunião na ANTT
Emerson Stein (MDB) relatou reunião na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília, para protocolar a ata da audiência pública realizada dia 5 de setembro, na qual participaram várias entidades e lideranças estaduais para tratar da trafegabilidade da BR-101 entre Barra Velha e Governador Celso Ramos.
"A ANTT disse que em 20 dias vai dar respostas claras e objetivas", garantiu Stein.
AGÊNCIA AL