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26/08/2020 - 21h07min

Alesc adere a campanha de enfrentamento à violência contra as mulheres

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Campanha foi apresentada nesta quarta-feira (26) pelo PSB de Santa Catarina

A Bancada Feminina e a Presidência da Assembleia Legislativa aderiram à campanha “É por elas!”, lançada pelo PSB de Santa Catarina, com o objetivo de fortalecer o enfrentamento da violência contra as mulheres. As deputadas Ada de Luca (MDB), Luciane Carminatti (PT), Marlene Fengler (PSD) e Paulinha (PDT), além do deputado Julio Garcia (PSD), presidente da Alesc, foram unânimes em destacar a importância da mobilização, que aconteceu no início da noite desta quarta-feira (26), durante uma transmissão online.

De acordo com Garcia, o evento é importante por estar ligado a um tema muito atual. “Normalmente é discutido por iniciativa de mulheres. Mas hoje é por parte de um homem”, citou o deputado, fazendo alusão ao presidente do PSB no Estado, Cláudio Vignatti, que idealizou a campanha. O presidente da Alesc ressaltou ainda que a motivação da iniciativa ganha mais força por acontecer durante a pandemia, período no qual os índices de violência contra as mulheres aumentaram.

Coordenadora da Bancada Feminina, Ada de Luca comentou as conquistas que ela e as demais deputadas conseguiram obter com o apoio da Presidência da Casa. “Viabilizamos a Delegacia Virtual da Mulher e o serviço de Proteção e Atenção às Vítimas de Estupro para combater a impunidade”, citou. Na opinião da parlamentar, a “luta em defesa da mulher não tem dia, não tem hora e não pode ser abandonada, além de ser reforçada durante a pandemia.”

Ao parabenizar a criação da campanha, a deputada Paulinha lembrou das dificuldades que as mulheres ainda encontram dentro da política. “Eu tive o privilégio de ocupar espaços. Mas nossa situação ainda é muito difícil, pois os partidos ainda são ambientes dos mais preconceituosos na democracia brasileira. É raro ver um presidente de partido assumir a luta das mulheres. E faz diferença quando um homem assume a nossa defesa em um ambiente onde o machismo é endêmico”, avaliou.

Para Marlene Fengler, a Bancada Feminina tem força, pois o presidente da Alesc estimula a atuação das integrantes, dando espaço e condições de trabalho. Sobre a campanha, ela citou que “há um protagonismo do PSB” nessa causa. “Seria interessante propor aos demais partidos para que também assumam essa bandeira, que não é de um partido, mas da sociedade”, afirmou.

Para a deputada, as siglas partidárias são estruturas organizacionais onde o machismo ainda prepondera. “Uma das grandes bandeiras que [a campanha] poderia ter é o estímulo reflexivo entre os homens [sobre a violência], a educação dentro das famílias”, sugeriu. Vignatti respondeu que a ideia é que todo mundo possa participar, independente de filiação partidária.

Luciane Carminatti apresentou dados sobre a violência em Santa Catarina. “Vi dados no Tribunal de Justiça que mostram cerca de 7,8 mil medidas protetivas até junho em Santa Catarina. Quantas mulheres poderiam ter sido assassinadas se não existisse a Lei Maria da Penha?”, indagou.

A deputada comentou que preferia falar sobre temas importantes como, por exemplo, elevar a renda das mulheres. Mas a gravidade da violência obriga que se fale sobre “estupros, sobre dependência financeira, sobre mulheres que se submetem à violência”. Na avaliação dela, ainda há muito a ser feito. “Se há a violência é porque há os agressores, a responsabilidade não é só das mulheres, é conjunta”, concluiu.

Somar esforços
Lançada no Dia Internacional da Igualdade Feminina, a campanha foi criada para, segundo o presidente do PSB, somar esforços com outros movimentos semelhantes. “Queremos dar voz nas redes, sensibilizar principalmente homens jovens, adultos e idosos. Queremos informar os órgãos e canais de denúncia, discutir o machismo, criar constrangimento em locais masculinos, e criar consciência nesse processo político”, afirmou.

Vignatti disse ainda que a ideia é buscar o engajamento nos legislativos municipais, estaduais e no federal, além de entidades e organizações da sociedade civil para divulgar a campanha.

Para o delegado José Airton Stang, que coordena a Delegacia de Proteção à Criança, Adolecente, Mulher e Idoso (Dpcami) de Chapecó, a campanha é promissora. “Sei da dificuldade do enfrentamento da violência, pois o Brasil é um país eminentemente machista, que ocupa o quinto lugar no ranking mundial, algo que nos envergonha. Acredito que o efeito pedagógico na difusão do tema tem resultado muito maior até do que o nosso próprio trabalho atendendo uma a uma das vítimas”, afirmou.

Ao comentar que Santa Catarina já registra 35 feminicídios em 2020, o delegado apontou a resistência “muito grande” dos homens em relação à “evolução sem volta das conquistas das mulheres”. De acordo com ele, todas as campanhas têm efeito muito grande para a redução dos números da violência contra a mulher. “Que essa se espalhe em outros estados também”, finalizou.

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