Albergue público oferece pernoites para moradores de rua na Capital
Neste sábado (20), o primeiro albergue municipal de Florianópolis para moradores de rua completa um mês. No período, 56 pessoas foram beneficiadas com a estrutura que oferece o conforto e a higiene necessários para uma boa noite de sono. No total, já foram 400 pernoites nos dormitórios masculino e feminino, que têm juntos 46 leitos.
“Quem busca a vaga consegue, o difícil é mantê-los aqui dentro”, resume o coordenador do Albergue Público Municipal de Florianópolis, Cesar Cruz. A dificuldade estaria nas condições impostas aos frequentadores, como a proibição do uso de álcool e entorpecentes, além das regras básicas de convivência harmoniosa. “Na rua, como espaço aberto, eles fazem o querem. Aqui, não”.
Este é o primeiro espaço público de Florianópolis voltado a pernoites das pessoas em situação de rua, conforme explicou Cruz. “A abordagem e a triagem são feitas fora daqui, através do CentroPop (Centro de Assistência Especializada para População em Situação de Rua) da prefeitura, que funciona na Passarela Nego Querido. A pessoa chega aqui com um encaminhamento para o uso de 15 dias”, explicou o coordenador.
Se o usuário do espaço não faltar e seguir o regimento interno, automaticamente, valida a permanência por novo período quinzenal. A maioria das vagas é para homens (40 leitos), em virtude da alta procura. No dormitório feminino, há seis camas. O espaço conta com banheiros. “Eles recebem janta aqui e podem tomar banho”, pontua Cruz.
O albergue está localizado na Rua General Bittencourt, 587, no Centro da Capital, próximo ao Instituto Federal de Santa Catarina. No local, também funciona a Casa de Apoio, moradia fixa para 20 homens, que já estão na segunda etapa de tratamento e assistência social da prefeitura.
No caso do pernoite, o acolhimento é feito entre 19 horas e 20 horas. O despertar é a partir das 6h30. A Secretaria de Assistência Social mantém oito funcionários no atendimento aos moradores de rua do albergue público. Mais informações pelo telefone: (48) 3251-6200.
Apoio para mudanças
“Queremos oferecer um espaço o mais humanizado possível. Nosso objetivo é tirar o morador da rua, e oferecer condições de estudo, trabalho e reaproximação com os familiares”, diz Cesar Cruz que trabalhou na abordagem de rua por quatro anos em Florianópolis.
As histórias dessas pessoas se cruzam, quase que na totalidade, com o uso de drogas; “começa com a droga. Daí vem as perdas financeiras, de convício social, familiar, profissional, até chegarem nas ruas”.
Um estudo da Prefeitura de Florianópolis apontou que 290 pessoas estão em situação de rua na Capital. Destes, 70% são de outros estados. Os catarinenses representam 13%. O restante é estrangeiro.
O coordenador do albergue diz que muitos usam o local como endereço fixo. “São trabalhadores que não têm condições de pagar aluguel. Passam o dia trabalhando e dormem aqui”.
Rádio AL