Agilidade no atendimento é fator crucial para paciente que sofre AVC
Perda de força, dificuldade de fala, confusão mental súbita, dificuldade para andar e paralisação dos membros de um lado do corpo são sintomas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Cerca de 68 mil óbitos por AVC são registrados anualmente no Brasil – a doença representa a primeira causa de morte e incapacidade no país. Prevenir as causas e buscar atendimento especializado rapidamente, em caso de suspeita, pode diminuir os danos e sequelas permanentes no paciente, como a perda dos movimentos e da fala.
A advogada Tânia Maria Vaz, 70 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) numa manhã de segunda-feira, dia 12 de fevereiro, e só se deu conta dos sintomas depois de conversar com a irmã por telefone. Ela estava com a voz ‘enrolada’ e apresentava certa confusão mental, o que alertou a família. Tânia foi socorrida rapidamente e encaminhada ao Centro de Atendimento de Urgência de AVC do Hospital Baía Sul, na Capital.
No hospital, a paciente foi submetida a uma trombólise (medicação na veia que elimina o trombo e desobstrui a artéria cerebral) e se recuperou plenamente. Menos de uma semana após ter sofrido o AVC, ela conversou com a redação da AGÊNCIA AL. “Estou muito bem. Só estou aguardando os resultados dos últimos exames para receber alta”, relatou. Tânia saiu do hospital em seguida para retomar suas atividades, sem as sequelas que muitos pacientes carregam para toda a vida.
A agilidade no atendimento da paciente fez toda a diferença para a reversão do quadro e ilustra o que o neurocirurgião Willian Baía fez questão de frisar: “o tempo de atendimento é o fator primordial para prevenir o óbito e reverter o dano cerebral provocado pelo AVC”. O acidente vascular pode ser isquêmico (quando há entupimento da veia), tipo que corresponde a 80% dos casos, ou hemorrágico, quando há um sangramento causado pela ruptura de um vaso sanguíneo cerebral.
Atendimento
A Grande Florianópolis conta com dois serviços de referência em atendimento de AVC, um público e um privado. Os pacientes encaminhados para o Hospital Celso Ramos são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto o Hospital Baía Sul atende convênios e particulares.
Antigamente, todo paciente que sofria um AVC ficava, na melhor das hipóteses, com um lado do corpo paralisado e com problemas de fala, passando a depender de outras pessoas para viver. Hoje existem tratamentos como a trombólise (medicação venosa) e a trombectomia mecânica, indicada para o paciente com AVC que não foi removido com medicamento. Mas essas intervenções só podem ser feitas nas primeiras horas após o início dos sintomas. O tempo ideal para aplicar a medicação venosa no paciente é de até 4,5 horas. Passado esse tempo, aumentam os riscos de coma e de óbito, assim como as sequelas. “Se o paciente chegar com uma hora e meia de evolução, em cada dois pacientes um reverte totalmente o déficit e volta à vida normal. Então, é muito importante sair de casa sabendo que está tendo um AVC e buscar um serviço de referência para que o procedimento seja feito rapidamente”, alertou a neurologista Jaqueline Flores, chefe da Unidade Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Baía Sul.
Ela acrescentou que se o atendimento for feito em tempo hábil, pode ser recuperada toda a zona de penumbra no cérebro. Os médicos chamam de zona de penumbra a área que deixa de receber oxigênio e nutrientes quando se forma um coágulo (isquemia). Quanto antes for removido o coágulo, maiores as chances de salvar os neurônios nessa área que está sem oxigenação e, portanto, menores são os riscos de danos permanentes, já que os neurônios não se regeneram. “Muitas vezes as pessoas subestimam a questão do AVC, acham que vão melhorar, por isso chegam no hospital muito tarde”, lamentou Jaqueline.
A médica ensinou uma forma simplificada de identificação dos sintomas: “o paciente não consegue beijar, não consegue falar, não consegue abraçar e não consegue andar”. Essas quatro dificuldades devem ligar o alerta para que se busque a emergência, de preferência, a emergência de um serviço especializado em AVC.”
Causas
A principal causa do AVC hisquêmico é a hipertensão arterial. Ter uma vida mais saudável, praticar exercícios, controlar a diabetes e o colesterol, evitar ingestão de álcool e uso de drogas são as principais recomendações médicas para prevenir a enfermidade.
Como reduzir o risco de AVC
Você sabia que 90% dos AVCs estão ligados a dez fatores de risco evitáveis?
- Controle a pressão alta
- Faça exercícios físicos moderados 5 vezes na semana
- Tenha uma dieta saudável e balanceada (mais frutas e verduras, menos sódio)
- Reduza seu colesterol
- Mantenha seu peso adequado (evite a obesidade)
- Pare de fumar e evite exposição passiva ao cigarro
- Reduza a ingestão de álcool (homens: 2 doses/dia, mulheres 1 dose/dia)
- Identifique e trate fibrilação atrial (arritmia cardíaca)
- Reduza seu risco de diabetes. Converse com seu médico
- Aprenda sobre o AVC
(Fonte: redebrasilavc.org.br)
Reconheça os sinais de alerta do AVC (eles surgem repentinamente):
- Fraqueza (ou falta de coordenação) em uma parte do corpo, especialmente de um lado, inclusive no rosto, braço ou perna;
- Perda de visão parcial ou completa em um ou nos dois olhos
- Dormência (perda de sensibilidade) especialmente em uma metade do corpo
- Incapacidade de falar ou entender a fala
- Perda de equilíbrio, tontura (sensação rotatória)
- Dor de cabeça insuportável, a pior que já teve na vida
(Fonte: redebrasilavc.org.br)
Agência AL