Agência AL visitará catarinenses envolvidos nas primeiras ações da ditadura contra civis

Derlei de Luca, integrante da Comissão estadual da Verdade, ficou frente a frente com o ex-capitão acusado de torturas em São Paulo, Homero Cesar Mach

A Agência AL iniciará na próxima semana uma série de visitas aos catarinenses envolvidos nas primeiras ações do aparelho repressor da ditadura de 1964 contra civis em território barriga verde. Trata-se do Processo nº 239, da 5ª Região Militar, de Curitiba (PR), de 26 de abril de 1964, originário de Porto União, em cujo curso foram ouvidas mais de uma centena de pessoas e resultou em 66 civis indiciados e três condenações à prisão, jornalista Hermógenes Lazier, professor e advogado, Ciro Sebastião da Costa e o ferroviário Zenóbio Karpowicz. O crime foi cometido em 1962, colher assinaturas, visando legalizar o Partido Comunista Brasileiro (PCB), na ilegalidade desde 1947.

Apesar de passados 50 anos, a Agência AL localizou um dos três personagens principais desse enredo, o professor Ciro Sebastião da Costa (83), que reside em Porto União. Segundo seu filho, Arthur da Costa, que é médico, a saúde do pai inspira cuidados, “mas ele tem ótima memória e lembra de detalhes”. Também serão visitados familiares de Hermógenes Lazier, que morreu há três anos, e residem em União da Vitória e Curitiba, uma vez que vários integrantes dessa família foram ouvidos no inquérito policial militar.

O material obtido será publicado na página da Assembleia Legislativa de Santa Catarina dentro da série “Fragmentos da História”. A iniciativa da Coordenadoria de Imprensa tem o apoio da Comissão Estadual da Verdade e do gabinete do deputado Dirceu Dresch (PT).