Acidentes de trânsito custam R$ 1,6 bilhão aos cofres da saúde, afirma deputado
Segundo dados divulgados pelo deputado Serafim Venzon (PSDB) na abertura da sessão ordinária desta terça-feira (19) da Assembleia Legislativa, os acidentes de trânsito custam R$ 1,6 bilhão aos sofres da Secretaria de Estado da Saúde (SES). “Os números são muito graves, há uma grande quantidade de mortes e de sequelados, pessoas que ficam com a qualidade de vida prejudicada e acabam custando muito caro para o SUS, em Santa Catarina os acidentes de trânsito custam R$ 1,6 bilhão”, informou Venzon.
Conforme o deputado, o trânsito mata 40 mil pessoas por ano no Brasil e mais de 1,2 mil no estado. “Os acidentes com motos atingem 35% a 40% do total, são cerca de 400 mortes no estado”, lamentou Venzon, que destacou as principais causas dos acidentes. “Velocidade, cinto de segurança, bebida, capacete, cadeirinha e celular”, elencou o deputado, que propôs uma moção à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sugerindo o trânsito como tema da próxima campanha da fraternidade.
Kennedy Nunes (PSD), que presidiu a sessão, concordou com o colega e lembrou que o deputado Antonio Aguiar (PMDB) perdeu o único filho em um acidente de trânsito. Aguiar parabenizou Venzon pelo discurso e lamentou as perdas de vidas nas estradas. “Os acidentes ceifam a vida das pessoas, tiram os sonhos de muitos jovens e de muitas famílias, sonhos que param de ser sonhados”, reconheceu Aguiar, que defendeu a prevenção através da educação. “Como prevenir? Educando a população”.
Filas do SUS transparentes
Antonio Aguiar anunciou que a Secretaria de Estado de Saúde está finalizando os preparativos para divulgar na internet a fila de consultas, exames e cirurgias do SUS. “Está quase pronto, o cidadão saberá o dia da sua consulta, da ressonância magnética, isso sim vai trazer transparência na saúde e um atendimento personalizado”, previu Aguiar, que é o autor da lei que obrigou o estado a divulgar as filas do SUS.
Violência nas escolas
Rodrigo Minotto (PDT) repercutiu na tribuna pesquisa da OCDE sobre violência nas escolas. “Cerca de 12,5% dos professores ouvidos no país em 2013 se disseram vítimas de agressões verbais ou de intimidação uma vez por semana, a média mundial é de 3,4%, na Coreia do Sul, Malásia e Romênia o índice é zero”, destacou Minotto.
O deputado cobrou uma ação enérgica do governo. “Os professores estão apanhando, os alunos sofrendo bullying, adolescentes armados se drogando na porta da sala de aula, mas a escola é lugar de proteção e de fraternidade”, advogou Minotto, que ponderou que os “homens são produtos de suas relações pessoais”.
Alongamento da dívida e congelamento de gastos
Dirceu Dresch (PT) criticou o Projeto de Lei nº 350/2017, do Executivo, que prevê o alongamento da dívida e o congelamento dos gastos governamentais por dois anos. “Essa é a moda que vem de Brasília, a grande estratégia construída para o país, pagar a dívida com a União, mas cortar do povo e limitar gasto com saúde, educação, políticas sociais, agricultura familiar”, denunciou Dresch.
O deputado alertou que o projeto de lei “revoga” o aumento gradual dos percentuais do orçamento para a saúde. “Vamos querer discutir desde a CCJ, aqui foi aprovada uma emenda constitucional que aumenta o percentual para a saúde e agora um projeto de lei ordinária anula uma emenda constitucional?”, questionou o representante de Saudades.
Projetos aprovados
Os deputados aprovaram o Projeto de Lei nº 114/2017, da Mesa, que consolida a legislação que dispõe sobre os direitos das pessoas com deficiência. “A reunião das leis em um único documento vai facilitar o acesso dos deficientes às leis aprovadas e terão condições de exigir com mais propriedade os seus direitos, que são muitos, mas que grande parte deles está apenas no papel”, avaliou José Nei Ascari (PSD).
Também foram aprovados os PLs 254/2017, de José Nei Ascari e Darci de Matos (PSD), que dispõe sobre a transferência simbólica da capital do estado de Santa Catarina para o município de Itaiópolis no dia 28 de outubro, data do centenário de emancipação; e o PL 299/2017, de Natalino Lázare (PR), que denomina o município de Videira a capital catarinense da uva e do espumante.
Agência AL