4º Prêmio Brasil Sul de Moda Inclusiva é lançado na Assembleia
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina, por iniciativa da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, lançou na tarde desta quarta-feira (4) o 4º Prêmio Brasil Sul de Moda Inclusiva, voltado para estudantes, estilistas e pessoas que trabalham no ramo. Com o objetivo de provocar o debate sobre moda diferenciada, além de incentivar o surgimento de novas soluções em relação ao vestuário para pessoas com deficiência, o evento visa reconhecer e premiar o trabalho de estudantes de design e moda, a partir da projeção e produção de peças voltadas para as pessoas com algum tipo de deficiência.
Entre as ações programadas para o evento, uma palestra sobre a captação de recursos e as leis de incentivo destinadas às pessoas com deficiência marcou a abertura do Prêmio Moda Inclusiva. As inscrições ficam abertas entre hoje (4) até 29 de agosto para estudantes e estilistas de moda de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná que estejam dispostos a desenvolver algum projeto voltado para pessoas com algum tipo de deficiência. Os selecionados devem ser anunciados em 9 de setembro. Segundo os organizadores, os projetos são livres, porém têm que ser inéditos.
A inscrição pode ser feita pelo e-mail scmodainclusiva@gmail.com. O participante deve solicitar uma ficha de cadastro para o envio dos looks. Após o término das inscrições, a organização terá um prazo para selecionar 20 alunos, cada um com três looks, para a realização do desfile final, que será realizado no dia 25 de novembro, em Florianópolis.
Serão premiados participantes que alcançarem do primeiro ao quinto lugar. Os prêmios serão distribuídos pelos patrocinadores do evento.
Conforme a organização, além da participação dos estudantes de moda, podem fazer parte do evento pessoas com qualquer tipo de deficiência que queiram desfilar como modelos.
Ao considerar fundamental o apoio a iniciativa, o presidente da comissão, deputado José Nei Ascari (PSD), destacou que o colegiado adota os bons projetos com a parceria de fazer acontecer. "Esta é mais uma ação exitosa, que conta com a participação de outras instituições. Diferenciado, este é um projeto que vai ao encontro da inclusão e do bem-estar das pessoas com deficiência."
Segundo a organizadora Jupira Dias, o evento fortalece a proposta que visa dar mais autonomia às pessoas que necessitam de roupas adequadas às suas necessidades. "Além de visar a praticidade na hora de vestir, o vestuário elaborado para pessoas com deficiência pretende oferecer conforto. Nesta iniciativa, em que buscamos ampliar o mundo da moda inclusiva, contribuímos para a inclusão social."
Ao participar do projeto pela segunda vez, a empresária do ramo de vestuário inclusivo, Suellen Cameu, frisou que, além da satisfação em produzir peças que facilitam o dia a dia das pessoas com deficiência, seu trabalho visa contribuir com a autoestima deste público. Formada em moda, Suellen explica que existe uma necessidade muito grande em produzir roupas adaptadas para suas limitações. "Nossa confecção busca elaborar peças com designers comuns, porém com adaptações e características que sirvam para todas as pessoas."
Lais Souza
Ao considerar a moda inclusiva um ramo muito carente, a ex-ginasta Lais Souza revelou suas dificuldades e aprendizados após o acidente que a deixou tetraplégica, em 2014. Vaidosa, a atleta salientou que entre os desafios do cotidiano está o vestuário, a falta de uma roupa bonita, porém prática e adaptada às suas necessidades. "Temos dificuldades e precisamos de uma atenção maior voltada para esta carência. A moda nos transmite liberdade de ousar, por esse e outros fatores precisamos ampliar a moda inclusiva."
Homenagem
Durante o lançamento, Lais recebeu uma homenagem no gabinete da presidência. Na ocasião, o presidente do Legislativo, deputado Gelson Merisio (PSD), entregou à atleta uma miniatura da Ponte Hercílio Luz, cartão-postal da capital catarinense.
Sala de Imprensa