1º Fórum das Associações de Imigrantes em SC propõe criação de federação
Representantes de associações de imigrantes em Santa Catarina discutiram demandas referentes a temas como documentação, cidadania, educação, integração, trabalho e saúde em fórum realizado na manhã desta terça-feira (6), no Auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa. A reunião abriu as atividades do 1º Seminário Migrações Contemporâneas e Direitos Fundamentais de Trabalhadores e Trabalhadoras em Santa Catarina, que segue até amanhã (7).
O evento é promovido pela Comissão de Direitos Humanos da Alesc, em parceria com o Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPTSC), o Observatório das Migrações em Santa Catarina da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), a Pastoral do Migrante de Florianópolis e o Grupo de Apoio aos Imigrantes e Refugiados de Florianópolis (Gairf). O seminário é voltado a imigrantes, refugiados, pesquisadores, estudantes, sindicalistas e profissionais de saúde, educação e assistência social.
Os participantes do fórum debateram as demandas levantadas na Conferência Nacional sobre Migrações e Refúgio (Comigrar), em maio de 2014, e na audiência pública sobre a situação dos imigrantes de países africanos e americanos residentes em Santa Catarina, realizada na Alesc em 24 de junho deste ano. "Temos mais de 15 associações de imigrantes em todo o território catarinense representadas no fórum. São haitianos, senegaleses, ganeses e até refugiados sírios. É uma oportunidade para serem protagonistas nesse processo de luta e organização", comentou o pesquisador do Observatório das Migrações em Santa Catarina, Luís Felipe Aires Magalhães.
Divididos em três grupos de trabalho - Documentação e Cidadania; Educação e Integração; e Condições, Direitos Trabalhistas e Saúde do Trabalhador Imigrante -, os participantes elencaram as prioridades que serão apresentadas ao longo do seminário. "As mesas-redondas vão refletir as falas dos representantes das associações de imigrantes e as demandas priorizadas pelos grupos", disse a coordenadora do Observatório das Migrações em Santa Catarina, Glaúcia de Oliveira Assis.
Uma das propostas é criar uma federação das associações de imigrantes em Santa Catarina. "Neste momento, em que o Estado carece de políticas públicas de acolhimento aos imigrantes, a criação de uma federação representa organização e possibilita um canal de diálogo institucional entre eles, a sociedade e o poder público", destacou a professora Gláucia.
De acordo com Magalhães, doutorando em Demografia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estimativas de 2014 apontam mais de 10 mil imigrantes residentes no estado, sendo cerca de 8 mil deles haitianos. "A maioria vive em Chapecó e região, mas não foi sempre assim. Há aproximadamente três anos se concentravam no Vale do Itajaí. Eles se dispersaram em função do trabalho. No Oeste, são contratados por agroindústrias. No Vale de Itajaí, atuam na construção e em supermercados. Já na Grande Florianópolis, quem mais emprega é a construção civil."
Acesse a programação do evento no site.
Rádio AL