Padre Pedro vota contra projeto que criminaliza a luta pela reforma agrária
FOTO: Agência AL
O deputado Padre Pedro Baldissera (PT) votou contra o projeto que institui o “Abril Amarelo” para, de acordo com o texto, dedicar o mês a ações de “conscientização” sobre a “importância da defesa” da propriedade privada no calendário oficial do estado de Santa Catarina. A matéria foi aprovada nesta quarta-feira (11) na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) com um único voto contrário, de Padre Pedro.
O objetivo desse projeto, segundo o deputado, é apenas criminalizar e perseguir ainda mais os movimentos sociais que lutam pela terra, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), e impedir que possam se organizar pacificamente, como sempre fizeram, agindo conforme garante a Constituição Federal.
Como exemplo, Padre Pedro lembrou que no caso de construção de uma barragem, o que já aconteceu várias vezes em Santa Catarina, uma imensa área é alagada, prejudicando dezenas de proprietários rurais. “Nesses casos, não se vê praticamente ninguém fazendo a defesa da propriedade privada ou se opondo à destruição do meio ambiente. Sou um dos poucos parlamentares a se manifestar em defesa desses proprietários rurais.”
O deputado petista reafirmou sua posição de não se opor à defesa da propriedade particular e produtiva. “Nunca nos posicionamos contra a propriedade privada e nunca incentivamos ninguém a invadir terras. O que defendemos, conforme determina a lei, é a ocupação de latifúndios não produtivos, com dívidas com o estado ou com problemas de escravidão”, afirmou Padre Pedro.
O projeto aprovado na Alesc, que segue uma orientação da extrema direita nacional, pretende se contrapor ao “Abril Vermelho”, mês no qual o MST realiza em todo o país a Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária, que nada mais é do que a reafirmação da luta pela terra no Brasil e por um projeto que desenvolva o campo, produza alimentos saudáveis e combata a fome.