Dos Gabinetes - Deputado repudia voto de lista fechada

O voto de lista fechada tem dividido opiniões na Assembleia Legislativa. O deputado Elizeu Mattos (PMDB) é um dos parlamentares que tem se mostrado contra o que considera “um golpe do Congresso Nacional”. Mostrando indignação com um dos pontos da reforma política que considera mais polêmico e que está discussão na Câmara dos Deputados, o parlamentar disse que o Brasil não merece um retrocesso desses na sua história política. Em carta que está encaminhando à classe política nacional e também à imprensa, ele confessa estar se sentindo envergonhado com a posição que vem sendo tomada por uma Casa que, ao invés de criar leis para beneficiar a população brasileira “cria barreiras para mantê-la afastada do processo político”. Leia a íntegra da carta: A lista fechada e o verdadeiro significado da Democracia Gostaria de deixar registrado o meu repúdio naquilo que considero um verdadeiro golpe do Congresso Nacional. O voto em lista fechada nada mais é do que um desserviço à democracia que tanto penamos para conquistar. Sinto-me envergonhado com a posição que vem sendo tomada por uma Casa que, ao invés de criar leis que beneficiem a população brasileira cria barreiras para mantê-la afastada do processo político. O direito ao voto foi uma conquista árdua. Eleger representantes é uma das principais formas que a população tem para interferir no rumo político do país, e agora querem arrancar do povo até mesmo esse direito? Não querem mais que ele escolha quem irá representá-lo? Querem agora, escolher por ele os próximos vereadores, deputados estaduais e federais? Em Brasília estão querendo retroceder no tempo; ou então como disse o advogado e professor universitário Cláudio Lembo: “Lá em Brasília estão querendo se afastar das lutas populares e preservar seus cargos graças ao domínio das máquinas partidárias, onde representam as oligarquias...” Infelizmente em Brasília resolveram esquecer o verdadeiro significado da Democracia, que aqui faço questão de lembrar: “é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos, está com o povo, direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos”. Defendo a cláusula de barreira; defendo a fidelidade partidária; defendo o financiamento público de campanha; defendo a opção interessante que é o voto distrital misto. Agora, tirar o direito do povo de escolher seus representantes somente um plebiscito poderá falar. Aí sim estaremos exercendo o verdadeiro significado da Democracia. Elizeu Mattos - PMDB Deputado Estadual de Santa Catarina