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Cerimônia na Alesc celebra Ildefonso Juvenal da Silva
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) realiza, nesta quarta-feira (10), às 18h30, uma cerimônia em alusão aos 130 do nascimento de Ildefonso Juvenal da Silva, escritor, militar e farmacêutico, além de primeiro homem negro a se formar em uma instituição de ensino superior do estado de Santa Catarina, em 1924. Serão entregues homenagens, propostas pelo deputado Marcos José de Abreu – Marquito (Psol), aos familiares, à editora Cruz e Sousa e à Banda da Polícia Militar de Santa Catarina pelos serviços prestados em prol da preservação da memória de Ildefonso.
Também haverá apresentação da Banda da PMSC e sessão de autógrafos com o escritor e historiador Fábio Garcia, organizador dos dois volumes do livro “Ildefonso Juvenal da Silva: um memorialista negro no sul do Brasil”.
Ao longo de 50 anos, Ildefonso publicou sobre os mais variados campos do saber, totalizando 17 obras, além de numerosos artigos dispersos nos jornais locais e nos periódicos do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Junto a dezenas de outros homens negros de Florianópolis, fundou o Centro Cívico e Recreativo José Boiteux, em 1920, associação que lutava por cidadania e contra a discriminação racial, da qual foi orador e presidente. Ele também realizava pesquisas históricas, tornando-se sócio do Instituto Histórico e Geográfico Catarinense.
“Desempenhou também atividades na área da educação, sobretudo como alfabetizador e professor de história do Brasil e mundial. Como articulador político, viajou por todas as regiões do estado, visando integrar economias, desenvolver o setor cultural e educacional. Crítico do preconceito e do racismo vigente em sua época, não se absteve do debate público ao propagar seu modo de pensar”, conta Fábio Garcia.
Sobre os livros da sessão de autógrafos
O livro “Ildefonso Juvenal da Silva: um memorialista negro no sul do Brasil” (Biografias, Crônicas e Discursos) - Volume 1, é composto por 90 artigos escritos por Ildefonso Juvenal da Silva entre os anos de 1911 a 1964, totalizando 456 páginas. Os temas apresentados versam sobre apontamentos biográficos de personalidades catarinenses, crônicas sociais, temas do cotidiano, aborda temas relativos à saúde pública, memória histórica e fatos da história militar. O livro ficou entre os cinco finalistas do Prêmio Jabuti de Literatura 2020, na categoria crônica.
Já o volume 2 é caracterizado pelas crônicas da negritude, sendo composto ainda por textos alusivos à educação e a literatura. Destaque para o conjunto de 16 artigos sobre a vida e obra de Cruz e Sousa, que, em conjunto fazem de Ildefonso Juvenal o grande biografo negro do poeta simbolista. As obras aprofundam o entendimento sobre a importância da população negra no cenário catarinense, constituindo-se em obras monumentais da nossa literatura.
Anita Grando Martins
Assessora de imprensa e coordenadora de Comunicação do deputado estadual Marquito (PSOL/SC)
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