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Altair manifesta contrariedade à decisão do Carrefour e Les Mousquetaires sobre carnes do Mercosul
FOTO: Vicente Schmitt/Agência AL
Na última quarta-feira (20), o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que a rede deixará de vender carnes provenientes dos países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) em suas lojas na França. No dia seguinte (21), o grupo varejista Les Mousquetaires seguiu o mesmo caminho, com o comunicado oficial feito pelo CEO Thierry Cotillard.
Segundo os executivos, a medida busca demonstrar solidariedade aos agricultores franceses e proteger a soberania alimentar do país. Além disso, alegam preocupação com a entrada no mercado francês de carnes que, supostamente, não atendam aos padrões europeus. As decisões foram anunciadas em meio aos protestos de agricultores franceses contra a importação de produtos do Mercosul e a recente aprovação do acordo comercial entre o bloco sul-americano e a União Europeia (UE).
Como presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Assembleia Legislativa, recebo essas informações com indignação e preocupação. Santa Catarina é uma referência mundial em produtos de origem animal, exportando para os mercados mais exigentes. Contamos com certificados sanitários de excelência, como a classificação A para Brucelose e Tuberculose bovina, e somos reconhecidos como estado livre de febre aftosa sem vacinação e peste suína clássica.
Aqui, a atuação da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) é essencial. A Cidasc desempenha um papel crucial na manutenção do status sanitário do estado, fiscalizando rigorosamente o trânsito de produtos de origem animal e vegetal, além de combater fraudes e contaminações. Nosso estado também cumpre com rigor os parâmetros de inspeção impostos pelo governo federal. Tudo isso garante que a produção catarinense seja segura, atestada e de altíssima qualidade.
Medidas protecionistas como as adotadas pelo Carrefour e pelo Les Mousquetaires ignoram os princípios do livre comércio e impõem prejuízos tanto aos consumidores quanto aos produtores. Ao barrar carnes de alta qualidade e certificadas do Mercosul, essas ações reduzem a competitividade no mercado, criam barreiras artificiais e penalizam produtores que seguem rigorosamente padrões sanitários internacionais. Além de elevar os custos para os consumidores, tais decisões enfraquecem a confiança nas relações comerciais globais, comprometendo o equilíbrio indispensável para um comércio justo e sustentável.
Diante dessa decisão, apresentamos uma moção de contrariedade às ações do Carrefour e do Les Mousquetaires, solicitando que revejam essa iniciativa. Essa manifestação reforça a qualidade e a segurança dos produtos exportados pelo Mercosul, em especial os de Santa Catarina, que são reconhecidos mundialmente por sua excelência. É imprescindível que medidas como essas sejam revistas, promovendo o diálogo, a cooperação internacional e o respeito aos princípios do livre comércio, que são fundamentais para o equilíbrio das relações econômicas globais.
Vinicius Eduardo Schneider e Larissa Martinelli
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