Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Agência AL

Facebook Flickr Twitter Youtube Instagram

Pesquisar

+ Filtros de busca

 

Revista Digital

Cadastro

Mantenha-se informado. Faça aqui o seu cadastro.

Whatsapp

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular.

Aumentar Fonte / Diminuir Fonte
Publicado em 08/07/2016

Remador em atividade mais idoso da América do Sul é homenageado

Imprimir Enviar
Odilon Maia Martins tem mais de meio século dedicado ao remo, esporte tradicional da Ilha de Santa Catarina

Aos 87 anos de idade, Odilon Maia Martins é considerado uma lenda viva do remo catarinense, dono de 16 títulos mundiais da categoria máster. Com mais de seis décadas dedicadas ao esporte, é reconhecido como o remador em atividade mais antigo da América do Sul. E vai ser um dos condutores da tocha olímpica na Capital do estado, no dia 10 de julho.

A indicação para participar do revezamento partiu da maior remadora da história do Brasil, a florianopolitana Fabiana Beltrame. “Fiquei surpreso quando ela telefonou dizendo que tinha me indicado para conduzir a tocha olímpica. Foi uma honra muito grande ser indicado pela única campeã mundial de remo do país.”

VÍDEO: TVAL fez reportagem sobre o remador Odilon Martins; assista

OUÇA: Rádio AL conta a história do remador de 87 anos

Ele não poupa elogios à remadora que acompanha desde o início da carreira. “Ela começou aqui em Florianópolis. Tínhamos uma relação dentro d’água, a encontrava todos os dias nos treinos e costumava acompanhá-la. Ela foi crescendo, treinando muito. É uma pessoa dedicadíssima. Enquanto os outros treinavam quatro horas por dia, ela treinava seis. Chegou ao ponto de ser convidada a remar no Rio de Janeiro, pois nenhum clube em Florianópolis (Aldo Luz, Francisco Martinelli e Riachuelo) tem condições de manter um atleta de nível mundial. Graças a essa dedicação, conseguiu um campeonato inédito para o Brasil.”

Na outra ponta, Fabiana já declarou que Odilon é um exemplo de força de vontade e determinação. Ele treina todos os dias por duas horas, inclusive nos fins de semana. Faz questão de levar o próprio barco até a água, carregando nas costas o equipamento que pesa cerca de 20 quilos. “Quando não dá para treinar no mar porque tem muita chuva ou vento, uso uma máquina que simula os movimentos que se faz no barco e ela marca distância, tempo, força.”



Natural de São Francisco do Sul (SC), Odilon começou a praticar remo em 1952, um ano depois de se mudar para Florianópolis. Antes disso, conquistou campeonatos estaduais de basquete e natação. “Como gostei mais do remo, estou desde os 22 anos de idade até hoje. Sempre disputei bem as provas. Minha maior honra é ter ganhado todos os campeonatos sul-americanos de máster e os 16 mundiais.”

De acordo com a Confederação Brasileira de Remo, a categoria máster engloba os atletas acima dos 27 anos de idade. Ela se subdivide em 11 categorias distintas, nomeadas de A até K, que identifica os remadores pela faixa etária. “Estou na K. São muito poucos nessa categoria de 85 anos. Fico honrado e satisfeito por praticar esse esporte, estar ainda competindo, me sentindo muito bem”, comenta.

Segundo Odilon, a palavra-chave para continuar na ativa é moderação. “Isso vem de muito tempo: nunca fumei, nunca exagerei em nada, nem festa, nem bebida, faço esporte todo dia, durmo oito horas por dia. Se seguir essas regras, chega-se lá!” Ele lembra que quando atuava como representante de produtos farmacêuticos, profissão que exerceu por 36 anos, viajava com frequência e não tinha tempo para treinar. “Para compensar, quando visitava os consultórios, dispensava o elevador e usava as escadas.”

Além de saúde, o remo representa, para ele, lazer. Odilon valoriza as oportunidades de representar o Brasil em competições internacionais, conhecer novos lugares e fazer amizades mundo afora. “Tenho muitos amigos no Brasil e no mundo todo. Já fui para o Canadá, os Estados Unidos, toda a Europa, América do Sul.”

E o atleta máster não para de fazer planos. Está em fase de preparação para o Campeonato Mundial, que será realizado em setembro, na Dinamarca. “Pretendo participar mais uma vez. Mas, para isso, preciso de apoio para comprar as passagens aéreas.”

No momento, também lida com a expectativa de conduzir a tocha olímpica. Ele compara a sensação com o nervosismo antes de disputar uma prova. “A emoção é muito grande. Antes da competição fico um pouquinho nervoso. Até dar a primeira remada ou, no caso da tocha, o primeiro passo, a gente fica nervoso, mas depois esquece tudo. Vamos nos dedicar a levá-la com honradez. Todos os que estão conduzindo a tocha estão rindo à toa, é uma alegria pura. Vai ser assim comigo também.”

Voltar