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Publicado em 05/08/2022

Parlamento Jovem da Alesc cria defesa do boto pescador

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Em Laguna, a atividade pesqueira é marcada pela cooperação entre pescadores e botos.

Fundada em 29 de julho de 1676, emancipada em 20 de janeiro de 1720. Berço de Ana Maria de Jesus Ribeiro, que passaria a ser Anita Garibaldi, a “Heroína de Dois Mundos”. Um dos palcos da Revolução Farroupilha e capital da República Juliana. Rica em história, Laguna também é privilegiada pela natureza.

No canal da Barra, separado da praia da Brava pelos molhes, botos cercam os cardumes de peixes e ajudam pescadores locais. Essa cooperação, única no mundo, também gerou uma ação da Assembleia Legislativa, que criou uma lei proposta por alunos da Escola de Educação Básica Ana Gondim, integrantes da 21ª edição do Parlamento Jovem.

Aprovada no plenário, a iniciativa foi sancionada e transformada na Lei 17.084 de 2017, que criou o Dia Estadual da Preservação do Boto Pescador, para promover ações de conscientização sobre a importância da espécie para o desenvolvimento cultural e econômico da região. A pesca cooperativa também deu para Laguna o título de Capital Nacional dos Botos Pescadores, onde os cetáceos são considerados patrimônio natural da cidade.

Nas águas do canal da Barra há uma população local de aproximadamente 50 botos, também conhecidos como “boto da tainha” ou “nariz de garrafa”. Circulando no canal, em busca de peixes para se alimentar, com destaque para a tainha, eles costumam cercar os cardumes, conduzindo-os até os pescadores. Ao notarem o sinal dado pelos parceiros, os homens jogam suas tarrafas que, além de garantir o sustento, deixam aos botos os peixes que escapam das redes.

Ademir dos Santos nasceu em Laguna há 65 anos e dedica a vida à pesca. Conhecedor da interatividade entre homens e botos, ele relatou que, após o nascimento, os animais permanecem no canal por cerca de dois anos, durante o período de amamentação. As mães trazem os filhotes e ensinam a ajudar os pescadores a capturarem os peixes. “Se não fossem eles aqui, a pesca seria só 20% do que é hoje. O boto para nós é o patrão”, contou.

Filho, irmão e sobrinho de pescadores, Santos afirmou que a comunicação do animal com os homens é real. “A gente conhece ele de longe. Pelo jeito da galha [nadadeira dorsal], pelo jeito de ele se virar, de longe a gente já sabe qual é, pois estamos acostumados com eles anos e anos”, disse Ademir.

De acordo com ele, a pesca é muito importante para os nativos. “Sou aposentado, ganho um salário mínimo. Algo que, hoje, você sabe que não vai dar para nada. Eu tenho que pescar porque qualquer centavo daqui que entrar para o meu bolso, me beneficia muito. Os botos me dão o peixe, eu vendo os peixes e levo o dinheiro para a minha casa para comprar o pão”, afirmou.

O sinal do respeito é facilmente avistado a poucos metros de distância do pequeno abrigo onde os trabalhadores confeccionam ou fazem reparos nas tarrafas e guardam os materiais de trabalho do dia a dia. Na areia, com a vegetação ao redor, à beira da água do canal, um pequeno cemitério marca a gratidão dos pescadores aos “patrões”. Em cada uma das 20 cruzes, uma placa: Tufão, Bate Cabeça, Riscadeira, Prego, Taffarel, Inrilha, Tapete, Leleco, Lata Grande, Juscelino, Chega Mais, Filhote Botinha, nomes de alguns dos botos que já cumpriram a missão de auxiliar os pescadores de Laguna. 

Saiba Mais 
https://pescacombotos.art.br

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