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Publicado em 29/11/2022

Dias e Ranzolin viveram experiências opostas

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Manoel Dias (centro), cassado pelo Regime Militar, teve o mandato restituído de forma simbólica em 2019. FOTO: Agência AL

Manoel Dias e Ivan Ranzolin compartilham o fato de terem sido escolhidos pelo povo catarinense como deputados estaduais. Mas, em momentos históricos distintos, viveram experiências diferentes e marcantes no Palácio Barriga Verde. Com o mandato cassado pelo Regime Militar em 1969, o primeiro foi proibido de participar da inauguração da nova Assembleia Legislativa no ano seguinte. O segundo, eleito em 1979, também participou da fase de expansão do prédio e chegou à Presidência.

Dias se elegeu em 1966 e, segundo ele, com a construção da nova Alesc em andamento, havia a expectativa dele e dos demais deputados em trabalhar no futuro Palácio Barriga Verde, pois a Assembleia funcionava no quartel da Polícia Militar, na Avenida Rio Branco, em situação precária.

“Estávamos nos preparando para vir para cá. Não havia condições físicas de atuação como deveria ser. Era uma das grandes obras da época. Vínhamos aqui ver a construção. Era o sonho de ter o local adequado de trabalho para desenvolver as funções para as quais fomos eleitos. Havia muito debate se a obra ia terminar ou não, mas o governador estava determinado a, até o fim do mandato, concluir a obra. Era um símbolo da Democracia construído em meio à Ditadura”, contou.

Com o Ato Institucional 5, editado pelo Regime Militar em 1968, o mandato de Dias foi cassado. Sem os direitos políticos, não pôde participar da inauguração do Palácio. “Nós, deputados cassados, viemos aqui depois para conhecer e visitar. O palácio foi construído na nossa legislatura, mas a Presidência da Casa não queria incluir nossos nomes na placa de inauguração. O governador Ivo Silveira disse que, se não colocassem os nomes de todos, inclusive os que haviam sido cassados, ele acabaria com a Assembleia e não concluiria a obra. E aí tiveram que colocar”, destacou Dias.

Ex-deputado estadual, Ivan Ranzolin. FOTO: Solon Soares/Agência ALEleito pela região de Lages em 1970, Ivan Ranzolin viveu outra fase daquele período histórico. “Tudo era novidade, eu conhecia quase ninguém, entrei na política por acidente, porque fiz um discurso e quem ouviu à época, Jorge Bornhausen, que era candidato a governador pelas eleições indiretas, disse que eu iria ser candidato a deputado. Fiquei 24 anos na Casa, antes de ser deputado federal, em 2002”, explicou.

Rranzolin também viveu a era em que o prédio era mais amplo e aberto fisicamente. “O debate era muito acirrado, mas era um debate de nível, constitucional, sobre processo e técnica legislativa. Aqui os mais antigos tinham muita experiência e vivência. Logo virei vice-líder da Casa, depois assumi a liderança, era garoto e muito combativo. Mas tinha o apoio institucional do governo Borhausen. Tive privilégio de, em 1993, assumir a Presidência, dividindo pela primeira vez o mandato com o então deputado Pedro Bittencourt. Construímos o anexo que foi integrado na gestão dele, quando eu era vice-presidente”, recordou.

Para o ex-parlamentar, o Palácio onde fica o Parlamento, é o berço da Democracia. “As pessoas entram, participam por que aqui é um colegiado (onde todos têm direito à opinião). Aqui tudo é transparente e é de conhecimento público. Ele não é um prédio, é um símbolo”, concluiu Ranzolin.

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