Câmara dos Deputados e Senado têm cenários opostos
Se em Santa Catarina o espaço feminino na política aumentou nos poderes Executivo e Legislativo, no Congresso surgiram dois cenários opostos. Os eleitores brasileiros promoveram um avanço para a bancada feminina da Câmara dos Deputados e um retrocesso no Senado.
A Câmara consolidou uma elevação em 51% no número de deputadas eleitas. Das 513 vagas reservadas para os representantes de todas as unidades da Federação, 77 foram conquistadas por mulheres. Isso equivale a um crescimento de 50,9% em relação às 51 vitoriosas em 2014. Mais de 2,7 mil mulheres entraram na disputa de outubro passado, total que ficou pouco acima do mínimo exigido, que é de 30% de candidaturas.
A frieza dos números aparenta uma melhora considerável, mas não há dúvidas que muito precisa ser feito para equiparar a representatividade entre mulheres e homens. Basta pensar que os estados do Maranhão, Sergipe, Goiás e Amazonas não elegeram nenhuma deputada federal.
O Senado manteve uma tendência de volatilidade na composição da bancada feminina. Desde 2002, a quantidade de senadoras aumenta e diminui a cada nova eleição. Se naquele pleito o resultado das urnas indicou oito mulheres, em 2006 o número caiu pela metade. Quatro anos mais tarde, um novo avanço, novamente com oito vagas.
Em 2014 foram somente cinco contra sete escolhidas em 2018. Desta vez, além de Santa Catarina, nenhuma senadora foi eleita em Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima e Rio Grande do Sul. O Mato Grosso do Sul, curiosamente, conta com duas mulheres – Simone Tebet (MDB), eleita em 2014, e Soraya Thronicke (PSL), vitoriosa em 2018.