Alesc sedia conferência antifeminista e lançamento de livro de Ana Campagnolo

FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL
A Assembleia Legislativa foi palco nesta sexta-feira (7), véspera do Dia Internacional da Mulher, da segunda edição da Conferência Antifeminista de Santa Catarina, organizado pela deputada Ana Campagnolo (PL), e do lançamento do livro “A hidra feminista”, escrito pela parlamentar. Os eventos foram acompanhados por participantes de todo o estado e contaram também com a presença da deputada portuguesa Rita Matias, que escreveu o posfácio da obra.
O livro faz uma analogia entre o movimento feminista e o mito da Hidra de Lerna, um monstro de várias cabeças que, mesmo que fossem cortadas, podiam se regenerar. Ana Campagnolo defende que o feminismo também tem várias cabeças, que seriam eixos de atuação que, mesmo combatidos, se reconfiguram.
“Este livro foi escrito com base no que aprendi nesses seis anos como deputada antifeminista aqui na Assembleia”, afirmou a parlamentar. “O feminismo é um monstro perigoso, com várias cabeças.”
Conforme a deputada, a obra mostra as várias vertentes do movimento feminista para se tornar hegemônico na cultura e na política, “que são a universidade, a militância, a mídia e o parlamento, sendo o parlamento a última esfera onde as feministas conseguem a aprovação de suas políticas, de seus projetos de lei, sem grande resistência, justamente por terem controlado as outras três vertentes”.
A parlamentar cita como exemplo projeto aprovado na Alesc e transformado em lei em 2020 que tornou obrigatória a realização de exames periciais em vítimas de estupro menores de idade do sexo feminino apenas por peritas mulheres. “São projetos que estão carregados do nome ‘mulher’ ou ‘bancada feminina’ e são prejudiciais às mulheres, como é o caso dessa lei que deixou sem atendimento de provas periciais de meninas e adolescentes vítimas de estupro.”
“A hidra feminista” é o quinto livro escrito por Ana Campagnolo e conta com o posfácio da deputada Rita Matias, considerada a primeira parlamentar antifeminista portuguesa. Ela afirmou que a obra também será lançada em Portugal, no mês de abril.
“Mostramos que há alternativas às mulheres que têm sido vítimas das ditas conquistas do feminismo”, disse Rita. “É uma maioria silenciosa que tem medo de dizer que não concorda com as correntes do feminismo. “Se temos banheiros mistos, se temos mulheres que abortam por pressão do companheiro ou do patrão é porque o feminismo traiu essas mulheres.”
Conferência
Após o lançamento do livro, ocorrido no hall do Palácio Barriga Verde, foi realizada a segunda edição da Conferência Antifeminista de Santa Catarina, já na noite desta sexta-feira, no Auditório Antonieta de Barros, também na Assembleia. As deputadas Ana Campagnolo e Rita Matias foram as palestrantes do evento, que teve como tema principal o livro lançado pela deputada catarinense.
“Todo Dia da Mulher tentamos realizar um evento de contraponto, mostrando que existem mulheres conservadoras, de direita. O Dia da Mulher foi criado pela esquerda e comemorado pela esquerda, por isso lançamos esse evento de contraponto, para mostrar que essas mulheres conservadoras existem e que, no nosso ponto de vista, são a maioria”, explicou Ana.
A conferência também foi marcada por homenagens a mulheres conservadoras de Santa Catarina, que receberam medalhas de mérito concedidas pelo gabinete da parlamentar catarinense:
- Maryanne Mattos, prefeita em exercício de Florianópolis
- Franciele Bruch, vereadora e secretária de Assistência Social de São Ludgero
- Pati Marin, secretária de Turismo e Desenvolvimento de Itapema
- Pamelys Barros, presidente da Câmara de Vereadores de Braço do Norte
- Jéssica Lemonie, vereadora em Itapóa
- Morgana Almeida, vereadora em Meleiro
- Rubia Rachadel, vereadora em Apiúna
- Emília Wedig, suplente de vereadora em Porto União
- Jucélia Coelho, suplente de vereadora em Rancho Queimado
- Suelen Lara, suplente de vereadora em Timbó
- Regiane Cichelero, mãe educadora em Guarujá do Sul
Agência AL