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05/09/2019 - 11h45min

Presidente do CAU/SC fala sobre cidades inclusivas para mulheres

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Presidente do CAU/SC, Daniela Sarmento falou na tribuna sobre o direito das mulheres à cidade
FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL

A convite da Bancada Feminina, a presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (CAU/SC), Daniela Pareja Garcia Sarmento, utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa para falar sobre o tema “cidades inclusivas para as mulheres”. A arquiteta defendeu que as mulheres usuárias da cidade precisam ser ouvidas na elaboração de planos e políticas públicas, pois elas têm experiências diferentes do usuário universal.

Daniela falou sobre o direito das mulheres à cidade e a urgência de se universalizar o acesso à arquitetura e ao urbanismo para todas e todos. Segundo ela, é necessária uma mudança na forma de conceber o espaço urbano. “A cidade é desenhada para o fluxo dos homens em idade média, no auge de sua capacidade produtiva, o que lhes permite ter um carro. As demandas das mulheres, jovens e crianças estão à margem do planejamento e dos investimentos públicos no espaço urbano”, explicou.

“A cidade precisa ser pensada para todos os tipos de mulheres. Isso não implica fazer uma cidade que exclua os outros cidadãos, mas transformá-la em lugar para a vivência de todos.”
É preciso que a infraestrutura do espaço urbano responda às necessidades do cotidiano das mulheres. Para isso, conforme a presidente do conselho, o planejamento deve considerar temas caros às mulheres como segurança pública, assédio no transporte público, falta de iluminação das vias e abandono de espaços públicos.

O direito à moradia adequada também precisa ser observado da perspectiva feminina, defendeu Daniela. “Subiu de 1 milhão em 2001 para 6,8 milhões em 2015 o número de mulheres chefes de família, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio [Pnad] do IBGE”, relatou. Entre essas chefes de família, 55% das mulheres que sustentam seus filhos estão abaixo da linha da pobreza e 54% das mães são negras. “As habitações em áreas vulneráveis abrigam essas mães e famílias. Logo, a pauta da habitação é feminina”, revelou a arquiteta.

A presidente do Conselho de Arquitetura anunciou que esse tema estará em discussão, no dia 12 de setembro, em Florianópolis, na primeira edição do Ciclo de Debates Mulheres na Arquitetura – Cidades Inclusivas para Mulheres, evento realizado em parceria entre o CAU e a Assembleia Legislativa.

Lisandrea Costa
Agência AL

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