Plano considera BRT como melhor alternativa para a mobilidade na Capital

Cassio Taniguchi apresentou o Plamus para os membros da Comissão de Transportes da Assembleia. FOTO: Eduardo Guedes de Oliveira/Agência AL

O investimento em BRT, o veículo leve sobre pneus, é a melhor alternativa para resolver os problemas de mobilidade urbana na Grande Florianópolis. Essa é uma das principais conclusões do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus), apresentado na tarde desta terça-feira (24), durante reunião da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa.

A exposição do plano foi feita pelo ex-prefeito de Curitiba e atual superintendente da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, Cassio Taniguchi, a convite da comissão. Segundo ele, de todas as alternativas analisadas durante a elaboração do Plamus, o BRT se mostrou a mais viável, por conta das características da região. Para isso, estão previstos investimentos de R$ 2,2 bilhões na aquisição de 315 ônibus articulados, construção de 87 quilômetros de vias exclusivas para o tráfego dos BRTs, entre outras melhorias necessárias para a implantação do sistema.

“Foram feitos estudos com VLT e monotrilho, mas demonstraram não serem viáveis para a realidade da Grande Florianópolis pelo alto custo envolvido na implantação e poucos resultados práticos”, explicou o superintendente. Com o BRT, a expectativa é reduzir de 60 minutos para 42 minutos o tempo médio gasto nos deslocamentos feitos por meio do transporte público.

A respeito do transporte marítimo, o Plamus considera que essa opção pode ser uma aliada na questão da mobilidade, desde que esteja perfeitamente integrada ao BRT. “Do contrário, fica inviável o transporte pelo mar, tendo em visto seu alto custo”, considerou.

Segundo Taniguchi, a implantação do Plamus é fundamental para evitar que o sistema viário da região, com o crescimento populacional e da frota de veículos, entre em colapso nos próximos anos. Para isso, o plano também ataca outros pontos, como o zoneamento urbano. “O plano não inviabiliza o transporte individual, mas cria meios para incentivar o uso do transporte coletivo, como tempo menor de deslocamento e tarifas mais atrativas”, completou.

Audiência
Durante a reunião da comissão, os deputados aprovaram a realização de uma audiência pública sobre o Plamus, solicitada por Darci de Matos (PSD), com data ainda a ser definida.  O objetivo do encontro será expor à população do plano e discutir seu teor com a comunidade. “Esse é um assunto dos mais importantes para as principais cidades do nosso estado”, disse Darci.

O presidente da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano, deputado João Amin (PP), afirmou que o tema mobilidade urbana é relevante para todas as regiões metropolitanas catarinenses e, por isso, a Assembleia vai acompanhar a implantação do Plamus. “Vamos acompanhar também todas as obras e projetos que envolvam a questão da mobilidade no estado.”

Participaram da reunião os deputados Manoel Mota (PMDB), Cleiton Salvaro (PSB), além de representantes da OAB-SC, UFSC, Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), entre outras entidades.