Parlamento homenageia centenário do monsenhor Agenor Neves Marques
Em sessão especial, realizada na noite de quinta-feira (15), a Assembleia Legislativa prestou homenagem ao centenário de nascimento do monsenhor Agenor Neves Marques, por proposição da deputada Ada Faraco De Luca (PMDB). O sacerdote, que adotou Urussanga para viver e dedicou sua vida a causas sociais, completaria 100 anos no dia 10 de outubro. Pessoas e entidades do município que contribuíram com a obra dele foram homenageadas durante a sessão.
A deputada Ada De Luca falou da relação pessoal que sua família tinha com o padre, que batizou as duas filhas da parlamentar. “O cuidado com as crianças e a valorização da família eram suas principais preocupações. Quem teve o prazer de conhecê-lo sabe de quantas iniciativas corriam em suas veias”, disse a deputada, referindo-se ao pioneirismo do padre em iniciativas como a criação de um orfanato, a fundação de uma rádio, a atuação como apicultor, escritor e historiador. Fundador da Rádio Difusora de Urussanga, o padre criou o programa Andorinha Mensageira, por meio do qual se comunicava com a comunidade e evangelizava. “O legado dele era de esperança e amor, e permanece vivo entre nós”, frisou Ada.
Agenor Neves Marques nasceu no município de Palhoça e foi ordenado padre em 1940. Atuou nas dioceses de Florianópolis, Tubarão e Criciúma. Desde o início das atividades como padre interessou-se em cuidar das crianças. Em Criciúma fundou a Casa da Criança, hoje Colégio São Bento. Transferido para Urussanga em 1947, trabalhou na cidade até o fim de sua vida, em 2006.
Em Urussanga o sacerdote criou o orfanato Paraíso da Criança, entidade que abrigava em média 150 crianças pobres ou abandonadas, por ano, e que funcionou durante 55 anos nesses moldes. Mais de mil crianças passaram pela instituição. Comandou diversos organismos e entidades de sustentação e amparo, como a Sociedade das Damas de Caridade e as obras sociais da paróquia. Foi apicultor, aviador, acadêmico, pesquisador, poliglota , político, poeta, motoqueiro, radialista, soldado, sociólogo, orador, escritor, pediatra e historiador. Adotou oficialmente, como filho, o sobrinho Luiz Antonio Neves Marques.
Incentivador da literatura, foi o criador da Academia de Letras de Urussanga, para a qual legou os direitos de sua obra literária. Como poeta, escreveu a letra dos hinos de Urussanga, Jaguaruna, Morro da Fumaça, Grão Pará, Cocal e Timbé do Sul. Em Urussanga, também foi criador do brasão de armas e da bandeira.
Em nome dos homenageados na sessão especial, Márcia Reis Neves Marques Costa, presidente da Academia de Letras de Urussanga,reconheceu o trabalho do monsenhor enfatizou aspectos como a militância partidária, no PMDB, e a defesa das classes menos favorecidas, caso dos mineiros da região. Ela disse que, mesmo não estando mais presente fisicamente, ele jamais morrerá na memória da população de Urussanga, tamanha a abrangência de seu trabalho. “Em nome da gente urussanguense, só posso dizer obrigada, monsenhor. Através do seu exemplo nos sentimos impulsionados a praticar o bem, a valorizar a vida e a buscar a justiça.”
O vice-prefeito do município, Luiz Henrique Martins, qualificou o monsenhor Agenor como “o maior urussanguense”. Quase todas as iniciativas pioneiras no município tiveram a mão do religioso, conforme Martins, mas sua maior obra foi o Paraíso da Criança. “Ninguém fez tanto pelo nosso município quanto ele, por isso faz muita falta.”
Homenageados:
- Luiz Henrique Martins, representado a prefeitura de Urussanga
- Vereador Marcos Roberto Silveira, presidente da Câmara de Vereadores
- Terezinha Cizeski Quarezemin, representando o Paraíso da Criança
- André Niclele - Rádio Fundação Marconi
- Rosa Miotello - Programa Andorinha Mensageira
- Renato Bez Fontana – Academia de Letras de Urussanga
- Elson Roberto Ramos – PMDB
- Padre Oscar Paulo Pitchen – Paróquia Nossa Senhora da Conceição
- Arnaldo Bez Batti – Hospital Nossa Senhora da Conceição
- Família Neves Marques – Luiz Antonio Neves Marques
Agência AL