Estudos de viabilidade da Ferrovia Leste-Oeste são tema de encontro na Fiesc
Os critérios, as principais características e o planejamento para os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental da Ferrovia Leste-Oeste a serem realizados nos próximos dois anos foram detalhados num encontro realizado na tarde desta quinta-feira (23), na sede da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
Antes de chegar ao projeto básico de engenharia da estrada de ferro, que vai ligar o Litoral ao Extremo-Oeste catarinense, o consórcio responsável vai promover estudos aprofundados antes de definir o traçado e também um levantamento aerotopográfico.
“Temos de levar em conta o terreno, traçado, altitudes, pontes, viadutos, cursos d’água, aspectos ambientais, núcleos urbanos, reservas e áreas indígenas para a definição do traçado”, especificou Robson Sebastiany, coordenador de projetos da Prosul, uma das empresas que compõe o consórcio vencedor da licitação para o projeto.
A ordem de serviço foi assinada no último dia 15 e o trabalho deve durar dois anos. “Depois de concluída esta etapa, será feito um anteprojeto, com custos e o planejamento operacional”, detalhou. Uma das principais preocupações será as áreas de restrição, como áreas indígenas, reservas ambientais e sítios arqueológicos.
Outro ponto é estabelecer as cidades que serão entrepostos para carga e descarga, de acordo com aspectos sociais e econômicos. A Ferrovia do Frango, como é conhecida, tem o traçado planejado em 862 quilômetros, de Itajaí a Dionísio Cerqueira.
O vice-presidente da Fiesc, Mário César Aguiar, já manifestou o pedido de celeridade na construção das ferrovias para a Presidência da República. A instituição vai acompanhar o andamento das obras que devem representar um novo ciclo de desenvolvimento econômico para Santa Catarina. “Esta obra vai ligar os modais de transporte e é essencial para o estado”, frisou.
A elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e o projeto básico de engenharia do Corredor Ferroviário de ligação do Oeste catarinense e o porto de Itajaí tem prazo de 22 meses para conclusão, com investimento inicial de mais de R$ 46 milhões.
Ferrovia Litorânea
Enquanto se iniciam os estudos para o projeto da Ferrovia do Frango, os estudos da Ferrovia Litorânea, de Imbituba a Araquari, estão parados, conforme informou Robson Sebastiany. Conforme explicou, o traçado inicial que passaria pelo Morro dos Cavalos em Palhoça foi questionado pela Funai, devido a presença de aldeia indígena no local.
Uma segunda alternativa, passando pela Serra do Tabuleiro, aumentaria em 30 quilômetros o traçado, com custos na ordem de R$ 16 bilhões, o que inviabilizaria o obra. Após resolvido o impasse com a Funai, será necessário mais um ano para se concluir o projeto da Ferrovia Litorânea, prevista em 235,6 quilômetro.
“Depois da Licença Ambiental Prévia, estão previstos outros quatro anos para a construção da estrada. Se ocorresse a liberação hoje, a obra ficaria pronta em 2020”, calculou.
O deputado federal Edinho Bez (PMDB), autor do projeto de lei que incluiu a construção da Ferrovia Litorânea em Santa Catarina no plano do governo federal, destacou que há um movimento político em favor da construção das linhas férreas no estado. “As estradas de ferro vão sair, independente de que quem estiver à frente do governo federal , pois é uma reivindicação de Santa Catarina”.
Rádio AL